Portaria do Ministério da Saúde libera R$ 11,7 milhões para a manutenção dos leitos em MS

Algumas alas  já Covid já atendem outras demandas
Algumas alas já Covid já atendem outras demandas

COVID-19
Com avanço da vacinação, hospitais registram redução no número de internações pela doença

Em portaria publicada ontem (19), o Ministério da Saúde destinou R$ 11,760 milhões para o custeio de leitos de UTIs adultas e pediátricas exclusivas para o tratamento da COVID-19 em Mato Grosso do Sul. A portaria, que se refere aos custos obtidos durante o mês de outubro, dedica a verba a 45 leitos, divididos entre 19 instituições. Só na Capital, foram 66 leitos mantidos no último mês.
Porém, os números indicados na portaria do Ministério não se mantêm no mês atual. Já que a queda na quantidade de infectados pela doença reflete proporcionalmente na diminuição do número de leitos ativos para este propósito em todo o Estado.

A atual percentagem de contaminação faz um imenso contraste com os números registrados no pico da doença no estado. Apenas em junho deste ano, os hospitais chegaram a registrar uma taxa de 103% de ocupação de leitos de UTI, somados a 75% de ocupação de leitos clínicos. Com estes números altíssimos, foi necessária a transferência de pacientes sul-mato-grossenses a outros estados, para que pudessem receber o cuidado adequado. Ao todo, 37 enfermos foram enviados para São Paulo e Rondônia, vindos de cidades como São Gabriel do Oeste, Maracaju e Bonito. Destes pacientes, quatro vieram a falecer enquanto recebiam tratamento fora do Estado.

Essa diferença também é possível de ser observada no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, que foi desde o começo da pandemia, referência para o tratamento da doença, mas atualmente, restaram ativos apenas 19 dos 130 leitos habilitados pelo Ministério da Saúde.

“São leitos que foram montados por equipamentos doados por empresas privadas, como a JBS, por exemplo. Eles permanecerão no hospital, além dos 39 que já possuíamos. Os leitos que restaram fazendo o atendimento para COVID-19 podem ser desabilitados no futuro para este propósito, mas continuarão sendo leitos de UTI para outras patologias”, afirmou a assessoria do HRM, que também revelou que no momento, existem duas ilhas de atendimento para o coronavírus, e existem seis pacientes infectados internados na UTI.

Onde também há registro de baixo número de internados pela doença é o Hospital Unimed, da rede de saúde privada. Em nota direcionada à imprensa, a assessoria do hospital divulgou os números de pacientes internados por coronavírus no momento: dos 12 leitos disponíveis para a doença, apenas cinco encontram-se ocupados. Já em relação à UTI, os números são ainda menores: apenas duas das seis unidades disponíveis encontram ocupantes. É um imenso contraste em relação às mais de 3 mil internações que ocorreram na instituição desde o início da pandemia, resultando em 458 mortes.

No caso da Santa Casa, que durante a pandemia, apesar de também receber pacientes com o novo coronavírus, foi o hospital de retaguarda para os atendimentos não COVID-19. No local, após o avanço da vacinação contra a doença e com a recuperação dos pacientes afetados pelo novo vírus, atualmente os leitos disponíveis não estão nem ao menos encontrando ocupantes exclusivamente para o tratamento da doença.

“São dez leitos de UTI COVID, mas que estão sendo utilizados, neste momento, para outros casos de pacientes não infectados. Isso com a anuência do Poder Público”, disse a assessoria do órgão. Atualmente, não há registro de nenhum infectado por COVID-19 internado no hospital”, informou o hospital. Vale lembrar, que de março de 2020 a novembro de 2021, foram registrados na instituição mais de mil casos positivos para a doença, que resultaram em 396 óbitos.

Texto (Clara Rockel)

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