PIB de estados atrelados ao agro deve crescer mais na pandemia

Gado no Panatanal
Foto: Edemir Rodrigues/Semagro

Com o avanço dos preços das commodities, parte dos estados mais atrelados ao agronegócio deve registrar crescimento maior do PIB (Produto Interno Bruto) ao longo da pandemia, indicam projeções da MB Associados.

Segundo a consultoria, Mato Grosso do Sul (4,9%), Tocantins (4,7%) e Goiás (4,5%) tendem a apresentar as altas mais intensas do PIB no acumulado de 2020 a 2022, na comparação com 2019, o ano anterior à crise sanitária.

“A gente viu um impacto importante da valorização das commodities na pandemia. É natural que isso puxe para cima as projeções em estados como esses”, avalia Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados.

Os dados mais recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sobre o PIB dos estados são referentes a 2019. A MB busca estimar o desempenho com a pandemia em curso nos anos seguintes.

No caso do PIB nacional, os resultados já conhecidos vão até 2021. Conforme o IBGE, o indicador despencou 3,9% no país em 2020. Após a queda no ano inicial da pandemia, houve alta de 4,6% em 2021. Em 2022, a MB projeta uma estagnação do PIB nacional. Ou seja, a expectativa é de variação nula, de 0%.

Assim, pelos cálculos da consultoria, o indicador deve acumular um leve avanço de 0,5% entre 2020 e 2022, frente a 2019. Crescer 0,5% em três anos é quase nada. O cenário de 2022 é de uma economia ainda fraca no país. Isso vai impedir que os estados também tenham uma recuperação mais vigorosa”, afirma Vale.

No acumulado de 2020 a 2022, 15 unidades da Federação -14 estados e o Distrito Federal- devem registrar variação superior à do PIB brasileiro, segundo a MB. Em São Paulo, maior economia estadual, o crescimento estimado no período é de 1,3%.

Nove estados tendem a registrar variação nula neste ano, a exemplo do país. Outros quatro devem apresentar leves taxas negativas: Acre (-0,3%), Amazonas (-0,2%), Bahia (-0,2%) e Amapá (-0,1%).

Economistas avaliam que o cenário macroeconômico reúne uma série de riscos em 2022. A inflação alta vem forçando aumento nos juros, o que dificulta o consumo e os investimentos produtivos de empresas.

Além disso, há incertezas sobre a corrida eleitoral e preocupação com os desdobramentos da guerra entre Rússia e Ucrânia. Um dos temores relacionados ao conflito no Leste Europeu é o da escassez de fertilizantes, que afetaria a agropecuária, devido à dependência brasileira das importações do produto.

Com informações da Folhapress

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