Federações e sindicatos querem reajustes de até 17%

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Crédito: divulgação

Entidades representativas realizam reuniões com o Governo do Estado para acordar valores

Federações e sindicatos que representam os servidores de Mato Grosso do Sul se mobilizam em reuniões com o Governo do Estado a fim de firmar percentuais de reajustes no salário para 2022, além de reestruturação de carreira no caso de algumas categorias, existe previsão de incorporação do abono salarial e do vale-alimentação. A previsão de reajuste chega a 17% para algumas categorias, mas o pedido geral gira em torno de 12%.

O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) deve encaminhar nos próximos dias, um projeto de lei a Assembleia Legislativa contendo os percentuais para cada categoria. A previsão é de que a proposta seja encaminhada até o fim de outubro. Após tramitar, ser aprovado e sancionado, é esperado que o aumento seja válido a partir de 1º de janeiro de 2022.

A presidente da Feserp [Federação Sindical dos Servidores Públicos Estaduais e Municipais] Lilian Fernandes afirmou que ainda não há nada definido sobre os percentuais a serem implementados as mais de 40 categorias. Ela explica que as entidades estão conversando com as equipes técnicas do governo que “ninguém bateu o martelo sobre os valores”, mas houve pedido de 12% para o geral.

“Não está fechada nenhuma proposta. A Federação pediu em linhas gerais 12%, hoje temos 46 carreiras que representamos. O que eu sei, é que o governador quer resolver a questão do abono, e encorpar ao salário. Mas, os valores não são iguais para os servidores, e visamos que se o abono incorporado com ganho real.”

O presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de MS), Jaime Teixeira, afirmou nessa semana que após reunião com o secretário de Infraestrutura, Eduardo Riedel e com o secretário adjunto da Administração, Edio Viegas e administrativos da educação ficou acordado que a previsão de reajuste seria entre 14% e 23% para esta categoria. “A proposta é necessária, tardia, mas muito importante. Estamos incorporando o abono, parte da inflação perdida, e ticket alimentação que será incorporado.”

Porém, a presidente da Feserp Lilian Fernandes explicou ao Jornal O Estado que a categoria dos administrativos da educação é representada pelo Sinfae-MS (Sindicato dos Servidores Administrativos da Educação em Mato Grosso do Sul), a comando da presidente Maria Domingas e ligado a federação.

“Nós temos 8 mil administrativos em todo o Estado e eles são representados pelo Sinfae. Se existem outras propostas na mesa, nós não sabemos. O que sabemos é que o Sindicato que os representa negociou valores que variam entre 14% e 17,8%.”

Além disso Fernandes destacou que são diversas solicitações da federação em linhas gerais para todos os servidores, mas que cada categoria tem a sua especificidade.

“Um pedido da linha geral é a incorporação do abono com ganho real, reposição das perdas, algumas correções das distorções salariais de algumas carreiras [profissionais com mesma função recebendo diferente por estar lotado em secretarias diversas]. A federação, por exemplo, fez um pedido de doação de cartão-alimentação para o governo. Com esse cartão, o servidor com menor salário receberia esse benefício sem descontos para ir a um estabelecimento e escolher entre a compra de alimento ou gás. Mas, claro que o valor deste benefício seria negociado. Também pedimos um seguro de vida, pois na pandemia a gente sentiu muito isso. Teve servidores que morreram e fizeram vaquinha para enterrar. Eu levei isso para o governo, são propostas, e vai depender da finalização.”

O Sinfae-MS pediu reajustes de 14,4%, 15%, 15,8%, 17,1%, 17,3% e 17,8% para auxiliar, agente e assistentes de atividades educacionais, além do abono.

Entre os representantes, o presidente do Sindijus-MS (Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário de MS), Leonardo Barros, pediu 20% de reajuste para a classe com expectativa de algo pouco acima de 10%, por conta das limitações orçamentárias. O sindicato pede atualização pela inflação e cita que de 2016 até 2021 o salário mínimo aumentou 34%, enquanto nesse mesmo período, o reajuste para os servidores foi de 6% . “A expectativa é de que haja a reposição da defasagem salarial, que se agravou por conta da alta da inflação em todo o país”.

Em Mato Grosso do Sul são cerca de 75 mil servidores e todos estão com boas expectativas para o próximo ano, já que existe a promessa do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), de que daria o aumento em 2022, e também o cumprimento da Lei nº 173, de 27 de maio de 2020, que criou o Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus e proibia aumentos. A lei finaliza 31 de dezembro de 2021.

Os servidores estão sem aumento desde 2018, quando houve o percentual de 3,07%.

Texto de Andrea Cruz

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