A Força Aérea Brasileira (FAB) ganhou mais uma aeronave. O Airbus A330-200 foi incorporado, hoje (26), ao 2º Esquadrão do 2º Grupo de Transporte (2º/2º GT), o Esquadrão Corsário, durante cerimônia na Base Aérea do Galeão, com a presença do comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Carlos de Almeida Baptista Júnior.
Na Aeronáutica, o avião nomeado como KC-30, passará a voar como FAB 2901. A aeronave operava na companhia aérea Azul com a denominação PR-AIS, e passou por um processo de substituição de pintura na Irlanda ganhando a tradicional cor cinza dos aviões da força brasileira.
Esse é o primeiro dos dois jatos da FAB adquiridos após a assinatura, em abril, de um contrato com a Azul Linhas Aéreas. O A330-200, compatível com uma transformação para a versão militar MRTT, chegou ontem (25) ao Brasil, vindo de Victorville, nos Estados Unidos, e pousou pouco antes das 7h, no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, São Paulo, de onde partiu para ser apresentado nesta terça-feira no Rio de Janeiro.
De acordo com a FAB, a aeronave KC-30 será o maior vetor já operado pela força e “trará de volta a capacidade de transporte estratégico para o país, podendo transportar 250 passageiros e voar até 8.000 milhas náuticas, além de poder realizar reabastecimentos de outras aeronaves em voo (Revo)”.
Conforme a Força Aérea, em toda a sua história, apenas o Boeing KC-137, que voou pela última vez em 2013, foi capaz de cumprir missões estratégicas. “Com a nova aquisição, a FAB une as possibilidades do Embraer KC-390 Millennium às características de emprego estratégico do KC-30, resultando em um significativo incremento em sua operacionalidade”.
A segunda aeronave, o G-POWX da companhia de leasing Titan Airways, foi adquirida pela Azul no mercado internacional para o cumprimento do contrato, e será o futuro FAB 2902. Os dois aviões pertenceram à companhia Avianca Brasil, que deixou de operar no país após processo de falência.
A expectativa do comandante da Aeronáutica, Baptista Júnior, é que esse avião seja entregue à força ainda este ano.
Segundo a Força Aérea Brasileira, o Esquadrão Corsário não voa desde julho de 2019, quando sua última aeronave, um Boeing 767, com matrícula FAB 2900, foi devolvido ao seu proprietário. O esquadrão estava há cerca de três anos parado quando o Boeing 767 chegou em 2016. Em 2013, a FAB aposentou os mais famosos vetores do Corsário, os Boeing 707, chamados de KC-137, e apelidados de Sucatão.
O comandante da Aeronáutica citou o escritor alemão Johann Goethe, que, segundo ele, dedicou parte de sua obra a ensinar o poder dos sonhos, dos desejos e das aspirações nas realizações humanas por mais difíceis que possam parecer, para descrever o sentimento que tem com a aquisição das duas aeronaves.
“O que seria este momento para cada um de nós que celebramos a incorporação desta bela aeronave à Força Aérea Brasileira, que não a consecução de um sonho coletivo, vivido por todos nós que compreendemos a importância de uma plataforma estratégica de transporte de cargas e de pessoal e de abastecimento em voo, inexistente em nossa frota pelos últimos 10 anos. Sim, um sonho que não foi apenas dos corsários do 2º [Esquadrão do] 2º Grupo de Transporte, unidade que viu suas aeronaves KC-137 serem abruptamente desativadas e o leasing do FAB 2900 ser descontinuado. Sim, um sonho que eu e tantos outros dentro e fora da FAB jamais deixamos de sonhar”, disse, acrescentando que jamais teve dúvida de que seria realizado o sonho de ter novamente aeronaves na unidade.
No fim da cerimônia, o novo avião, que já tinha feito um sobrevoo, taxiou e depois de receber o tradicional jato de água dos bombeiros parou na pista, onde foi batizado com champagne pelo comandante Baptista Júnior. Os convidados da solenidade puderam visitar a aeronave para conhecer o seu interior e tirar fotos com integrantes do 2º Esquadrão do 2º Grupo de Transporte. Muitos deles estavam acompanhados da família.
Por Cristina Indio do Brasil – Repórter da Agência Brasil
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