Escolas voltam a ter aulas 100% presenciais

ESCOLA ESTADUAL - aulas
Valentin Manieri

Autoridades descartam adesão ao passaporte da vacina no Estado

As 347 escolas da rede estadual de ensino vão encerrar o último bimestre letivo deste ano com aulas 100% presenciais, que serão retomadas a partir da próxima segunda- -feira (4) em Mato Grosso do Sul. O retorno foi aprovado por unanimidade após reunião dos membros do Prosseguir (Programa de Saúde e Segurança na Economia), grupo que delibera regras de controle à pandemia no Estado.

“Trabalhamos quase dois meses com a lotação vinculada ao grau de risco. Em função da melhora nos números de internações, nível de contaminação e pelo índice de vacinação, vamos trabalhar a partir de segunda-feira com lotação normal nas salas de aula, independente do grau de risco do município”, explicou o presidente do Prosseguir, Eduardo Riedel.

Por causa da pandemia, as aulas presenciais foram suspensas no dia 17 de março do ano passado. Desde então, os alunos passaram a ter aulas remotas, método que se estendeu até 2 de agosto, quando foi adotado o sistema híbrido, onde era feito o revezamento entre casa e escola.

“Estamos a 503 dias com aulas remotas ou no sistema híbrido. Era necessário voltar porque nossos alunos estão por aí. Muitos sendo violentados em casa, outros que dependem da merenda diuturnamente, por isso, precisávamos que voltassem para as salas”, explica o secretário de educação em exercício, Edio Castro.

Segundo balanço da SED (Secretaria de Estado de Educação), desde a volta às aulas híbridas, foram contabilizados 503 casos positivos de COVID-19 nas escolas estaduais de Mato Grosso do Sul. Em todas as ocasiões, protocolos de isolamento e acompanhamento foram adotados pela secretaria.

“Temos 205 mil alunos e 25 mil trabalhadores, o que soma um público de 330 mil pessoas. Os casos são isolados e refletem 0.2,4% da comunidade escolar”, aponta Edio.

Agora, com todos de volta às salas, a SED acredita que poderá avançar ainda mais na vacinação dos adolescentes. “Temos 63% que já foram vacinados e com o retorno, podemos fazer busca ativa e auxiliar a Secretaria de Saúde para saber o motivo de esses adolescentes não terem se imunizado. Foi por falta de informação?, é devido a localização?, então podemos ajudar a ampliar esta vacinação”, relata Edio.

Ele explica que, no primeiro momento, alunos que não retornarem não terão falta, justamente para que as escolas façam uma análise e identifiquem caso a caso.

No plano de retomada, a Secretaria Estadual de Educação garante que vai cumprir regras de biossegurança como o distanciamento entre as mesas e a disponibilização de álcool em gel.

Em 2020, o Governo investiu mais de R$ 3,6 milhões na compra de produtos de limpeza e proteção para uso de alunos e professores. Foram adquiridos termômetros digitais, borrifadores, totens, galões de álcool em gel, máscaras e luvas descartáveis, máscaras laváveis e frascos de álcool em gel.

Em Campo Grande, a Prefeitura prepara estudo para deliberar sobre o retorno de 100% dos alunos nas salas de aulas. A expectativa é de que a decisão seja divulgada na próxima semana.

Passaporte da vacina

Após polêmica com o secretário estadual de saúde, Geraldo Resende, que defende obrigar a vacinação para acesso a lugares e serviços, o presidente do Prosseguir, Eduardo Riedel, voltou a afirmar que decisão colegiada do grupo optou por não adotar a medida em Mato Grosso do Sul.

“A posição individual ou de equipe de cada integrante do Governo tem de ser respeitada, ouvida e discutida. Quando se fala em passaporte o único objetivo é a responsabilidade coletiva. Hoje, nosso foco é a vacinação e não restringir”, comentou.

Contudo, Riedel afirmou que a possibilidade de implantar a medida não está descartada, a depender do comportamento do vírus nas cidades. “Nunca descartamos a discussão do assunto, mas agora, do jeito que as coisas caminham, não é o momento de adotar passaporte e continuaremos monitorando os indicadores”, finaliza.

Na segunda-feira (27), o secretário de saúde provocou tumulto ao defender a obrigatoriedade da vacina durante audiência na Câmara Municipal de Campo Grande. Na ocasião, ele chamou parte do grupo de “nazistas e fascistas da atualidade”. (Texto: Clayton Neves)

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