Educação parental: Elogiar ou Encorajar?

Reprodução/ Blog Clique médicos
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“Uma criança precisa de encorajamento tal qual uma planta precisa de água” – Rudolf Dreikurs

Quantos de nós quando crianças gostávamos de receber elogios e isso provavelmente nos trazia uma sensação de bem estar e reconhecimento. Receber um elogio por algo que realizamos pode ser bom para nosso ego, porém, diversos estudos atuais focam em encorajar as crianças ao invés de elogiar. Mas qual o problema do elogio, você pode pensar?

Quando criança eu recebia elogios e me sentia muito bem! A questão é que o elogio foca muito no resultado final e o encorajamento foca no esforço independente do resultado final. Crianças que são muito elogiadas podem depender sempre de uma aprovação externa, da necessidade de agradar ao próximo, necessidade de perfeição (se a criança falhar e não for perfeita seu mundo pode ruir). Além disso, pode manter as crianças presas, de maneira não saudável, aos seus pais e evitar que ganhem independência.

Provavelmente temos dificuldades em encorajar, porque esse não era um recurso muito conhecido quando éramos crianças. E tudo que é novo para nós, precisa de aprendizado e prática, até interiorizarmos esses conceitos e conseguirmos aplicar em todos com quem nos relacionamos. Encorajar não é apenas para as crianças, podemos e devemos encorajar nossos amigos, nossos pais, profissionais com quem trabalhamos!

Uma das principais diferenças entre eles são:

• Elogio – nós adultos dizemos para a criança o que é certo/errado, bom/ruim, ela não pensa, ela só absorve – isso é controle externo do comportamento.

• Encorajamento – nós perguntamos para a criança o que ela pensa e sente sobre si mesma e damos espaço para que ela sinta uma autovalorização por suas conquistas – isso é controle interno do comportamento. Ou seja, a criança se comporta bem porque ela entende que isso a faz se sentir bem e não porque alguém está dizendo o que é certo e errado.

Encorajar é dar coragem, é permitir que nossos filhos sintam quão capazes eles são, que se sintam bem de dentro para fora, e cada vez que encorajamos é como se nossos filhos tivessem uma bússola interna que os guiarão para esse senso de capacidade. Encorajar é dar espaço para que eles se alegrem com seus próprios feitos ao invés de buscar no adulto a aceitação que precisam para viver.

Pode ser útil ter alguns pontos orientadores, para saber se as colocações que você vem fazendo diariamente são elogios ou encorajamentos:

• Eu estou inspirando autoavaliação ou dependência da avaliação dos outros?
• Eu estou sendo respeitoso ou paternalista?
• Eu estou vendo do ponto de vista da criança ou apenas do meu?
• Eu faria esse comentário a um amigo?

Desejamos que nossos filhos tenham força de atuação no mundo, que sejam capazes de decidir por si só seus caminhos nessa vida, independente do que eu espero ou idealizo para eles. Isso é construído todos os dias. A autoconfiança que vem do encorajamento é construída diariamente.

Que tal começar hoje?

Texto: Cinthia Andrade

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