[Texto: Por Brenda Leitte, Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul]
Santa Casa e HU priorizam o uso do medicamento em pacientes graves
Exames e cirurgias que necessitem da substância de contraste correm o risco de serem suspensos novamente nos hospitais públicos de Mato Grosso do Sul. A SES (Secretaria de Estado de Saúde) confirmou que o medicamento está em falta mais uma vez.
Recentemente os hospitais de Campo Grande enfrentaram a mesma problemática, devido à falta do medicamento. O contraste iodado é utilizado nos exames de tomografia computadorizada para estudar os vasos e a vascularização das lesões. A molécula de iodo é apenas um dos componentes da medicação e é o responsável por tornar os vasos “brancos” no exame.
Divulgado pelo O Estado no mês passado, após apreensão de uma carga de insumos hospitalares pela Polícia Rodoviária Federal de Corumbá, o HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) receberia a doação de cerca de 1.500 frascos do medicamento.
Contudo, conforme explicado pela unidade, “a doação recebida, não foi autorizado uso pela Vigilância Sanitária, visto que não tinham como comprovar como foi feito o armazenamento e manipulação do produto antes da apreensão. Assim como não conseguiram comprovação dos fabricantes se realmente eram produtos legítimos”, esclareceu.
Ainda segundo o Hospital Regional, com o estoque zerado da medicação, os exames estão suspensos. “Não há previsão de novas doações para o setor e, quanto a compra emergencial, o fornecedor está dentro do prazo conforme a Lei que rege as compras emergenciais pelo poder público”.
Humap
O HUMAP (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian) também prevê a falta do medicamento, tendo em vista, que da compra realizada no dia 9 de novembro pelo próprio hospital de 320 frasco de 50 mil de contraste, “restam 55. Há previsão de entrega nos próximos dias de mais 620 frascos de 50ml e 300 frascos de 100ml da mesma compra [mesmo fornecedor]”.
À reportagem o Hospital Universitário relatou estar fazendo um “controle rigoroso” do uso de contraste, priorizando os pacientes que se encontram em estado grave. “Não há como prever quanto tempo dura o estoque porque as demandas são variáveis diariamente. E é válido dizer que não recebemos carregamento de doações ainda, porque os lotes apreendidos apresentam origem incerta e estão passando por avaliações da Anvisa”.
Santa Casa
Já a Santa Casa de Campo Grande destaca que a medida de contingência adotada institucionalmente foi utilizar racionalmente o material existente
para garantir que exames de Urgência e Emergência, em pacientes internados, sejam realizados de forma segura, conforme também sugeriu o Ministério da Saúde, em junho de 2022, quando houve falta total do produto em todo o país.
Mesmo com o mercado apresentando indícios da falta do produto – capaz de diagnosticar doenças em âmbito global – desde o começo do ano, a quantidade mínima que o hospital dispõe atualmente é suficiente para atender os pacientes internados, afirmou.
“Vale ressaltar que essa garantia do abastecimento se deu por meio de contrato, porém, a quantidade entregue à Santa Casa pela empresa representa cerca 1/3 do montante acordado, ocasionado pela falta do material nas indústrias”, dizia trecho da nota.