Pessoas com diferentes deficiências participaram da campanha de conscientização no trânsito “esta vaga não é sua, nem por um minuto”, realizada na Avenida 14 de Julho, no centro de Campo Grande, ontem (10). Para quem depende das vagas especiais, participar dessas ações pode ser a única forma de realmente chamar a atenção dos motoristas.
A campanha é organizada pela Caped (Coordenadoria de Apoio à Pessoa com Deficiência), junto com a SDHU (Subsecretaria de Defesa de Direitos Humanos) de Campo Grande, com apoio da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito). David Marques, de 41 anos, é cadeirante e gestor de processo da Divisão de Educação no Trânsito da Agetran. Ele acredita que esse trabalho é de extrema importante, principalmente durante o Maio Amarelo.
“Essa é uma das ações que contemplam o Maio Amarelo, no sentido de fazer com que aspessoas tenham mais empatia e respeito pelos direitos da pessoa com deficiência. As pessoas não respeitam e aí, quem precisa não consegue porque tem alguém utilizando a vaga indevidamente”, diz David.
Ciclista e com uma das pernas amputadas há 12 anos, Gilvan Pereira da Silva fez questão dee participar da ação. “As pessoas têm de entender que aquele benefício não é dela. ‘É só um minutinho’, mas isso faz diferença. Essa é a primeira vez que participo e acho importante para alertar a sociedade, só assim para eles abrirem os olhos”, defende o ciclista.
Também com umas das pernas amputadas, Joel Faustino, de 45 anos, já foi motorista de ônibus e hoje trabalha como coordenador de apoio à pessoa com deficiência na Caped. Ele diz que, mesmo com a sua limitação, consegue se locomover, mas isso não é uma opção para quem é cadeirante ou idoso.
“É uma falta de respeito com a pessoa com deficiência. Eu ainda sou amputado [usaprótese] mas e um cadeirante ou idoso, com as perninhas já fracas? Eu confio na mudança e é por isso que estarei nesta luta”, defende Joel.
Esta luta também é vivida por quem acompanha as pessoas com deficiência, como é o caso da Sônia Romero, mãe do youtuber Caio Henrique, de 25 anos. “Infelizmente é uma coisa que precisamos estar sempre batendo na ‘mesma tecla’, para que o público em geral entenda que as pessoas com deficiência têm suas vagas por direito, por lei, que não podem invadir o que não é deles”, reforça Sônia.
“Por meio desse movimento nós vamos lembrar a sociedade da importância de respeitar um direito das pessoas com deficiência”, acredita Caio Henrique.
É importante destacar que o motorista que estaciona em uma vaga para PcD sem estar credenciado comete infração gravíssima, sujeita a multa de R$ 293,47, além de sete pontos descontados na CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e remoção do veículo.
Texto: Kamila Alcântara – Jornal O Estado
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