[Texto: Julisandy Ferreira, Jornal O Estado de MS]
Preço dos empreendimentos varia de R$ 10 mil a R$ 25 mil na região
No centro da Capital, imóveis com placas de aluga-se são uma realidade que denuncia uma situação crescente de abandono do local por parte dos comerciantes, lojistas e dos consumidores em geral. Além da problemática da falta de parquímetro, que dificulta a rotatividade de carros no centro e consequentemente de vagas para estacionar, os varejistas colocam como um obstáculo, a falta de flexibilidade por parte dos proprietários dos imóveis para negociar preços como uma problemática severa.
Conforme apurado pela reportagem do jornal O Estado, para alugar um imóvel na região central, especificamente na 14 de julho nesta matéria, é preciso desembolsar R$ 10 mil por mês. No entanto, os valores podem chegar a R$ 25 mil em determinados locais.
A proprietária da loja Laura Alves, Eliete Oliveira, 36, localizada na 14 de julho, argumenta que hoje paga em torno de R$ 10 mil pelo espaço que aluga, mas no início da negociação, o preço era de R$ 25 mil. Conforme pontua, os valores hoje na região estão bastante elevados e os vazios urbanos se expandem cada vez mais, por falta sobretudo de negociação e abertura dos proprietários dos empreendimentos, que em vez de alugar, preferem continuar superfaturando em cima dos espaços.
“Eu hoje acho que tem muitos imóveis fechados por falta de negociação dos proprietários. Porque os proprietários são bem antigos, mas eles não abrem mão de um aluguel superfaturado. A partir do momento que o proprietário consegue negociar com o empresário, ele consegue alugar isso e valorizar o imóvel dele. No meu ponto de vista, falta essa negociação de salas fechadas supervalorizadas com as pessoas que querem fazer a locação do imóvel. Eu já vi um ponto comercial de 25 metros quadrados a R$ 18 mil. É uma sala pequena e um valor mais caro que o valor do shopping e a sala fica muito tempo fechada, então o proprietário acaba perdendo”, lamenta a empresária.
Enquanto secretário de desenvolvimento econômico, o atual presidente da CDL-CG (Câmara de Dirigentes e Lojistas de Campo Grande), Adelaido Vila, explica que tem se mobilizado pela pauta do centro da cidade. Em relatório disponibilizado ao jornal O Estado, Vila compartilha o número de estabelecimentos vazios em pelo menos 21 avenidas e ruas centrais de Campo Grande, onde a movimentação dos comércios já foi intensa. Na visão de Vila, para recuperar o centro da Capital, somente levando a população de volta a ele.
“A gente precisa levar novos moradores para o centro, estimular as áreas que estão degradadas com novos empreendimentos, objetivando fazer esse processo de recuperação. Além disso, visar isenções tributárias para os lojistas que lá estão e também para os que viram, com o objetivo de justamente re-ocupar toda essa área que está desocupada” pontuou a reportagem.
Conforme o presidente da CDL-CG, hoje na região é difícil alugar um empreendimento por menos de R$ 10 mil. Como justifica, também é citada a falta de flexibilidade por parte dos proprietários dos empreendimentos. “Essa é uma realidade, espaços pequenos por R$ 10 mil. Temos espaços ali e prédios que já estão muito tempo parados, que o dono do imóvel espera receber R$ 30 mil de aluguel. São valores absurdos”, desabafou.