Você sabe o que é etarismo?

Divulgação/  O Estado MS
Divulgação/ O Estado MS

Por Prof. Dr. Izaias Pereira da Costa

O QUE É?

É uma forma de discriminação em relação à pessoa idosa, baseada em ideias preconceituosas ou imagem ou rótulos que não tem nenhum fundamento racional.

COMO SE MANIFESTA O ETARISMO?

O etarismo acontece por meio de piadas sobre o comportamento do idoso, da forma de tratá-lo como criança, excluí-lo de determinadas atividades e do convívio. Também é muito comum as pessoas mais jovens subestimarem a capacidade de decisão, de preferências e de opinião do idoso.

As pessoas nem percebem o quanto estão discriminando o idoso quando fazem comentários infelizes, sem a preocupação de avaliar se a pessoa a quem está se dirigindo tem ou não a capacidade de decisão, de vontade própria, de julgamento etc.

Os exemplos desses comportamentos discriminatórios são vários:
– Você está velho demais para fazer isso…
– Isso é coisa de velho…
– Você não pode morar sozinho porque está velho demais para isso…
– Aqui não é lugar de velho…
– Velho só dá trabalho…
– Você está velho demais para estudar, aprender etc…

COMO ESSE COMPORTAMENTO AFETA A PESSOA IDOSA?

Os primeiros sentimentos que se manifestam são de inutilidade e de incapacidade. Esses sentimentos afetam de maneira importante a saúde mental e física da pessoa, contribuindo para o seu isolamento do convívio social, deixar de participar das conversas, na disposição para o trabalho e atividade física.

O etarismo é muito mais intenso quando a pessoa apresenta alguma limitação física ou mental. É fácil de entender que só pioramos o estado do idoso com o nosso comportamento discriminatório.

O QUE PRECISAMOS ENTENDER?

A pessoa não pode e não deve ser julgada apenas pela sua idade. Mesmo com todas as limitações, próprias da idade, essa pessoa idosa acumula experiências de vida, de trabalho, de relacionamentos e continua sendo um ser pensante, com sentimentos dos mais diversos.

Entre esses sentimentos têm aquele ligado às perdas de amigos e parentes queridos ao longo da sua caminhada, que contribuem para afetar o seu equilíbrio emocional.

A ociosidade nessa idade, que tende a ocorrer após a aposentadoria, traz muito desalento a quem teve toda uma vida de trabalho e de convívio social, que contribui para um quadro de depressão.

A adaptação do idoso às novas tecnologias, cultura, comportamentos das novas gerações, são fatores que dificultam a sua integração com o meio.

Com o envelhecimento vêm algumas doenças que podem limitar a atividade física da pessoa e, com isso, o uso de várias medicações, o que contribui para que ocorra uma piora do quadro emocional.

COMO NÃO COMETER ETARISMO?

Por entender que cada pessoa é um ser único, com suas qualidades, defeitos e suas experiências de vida.

Respeitando e zelando pela dignidade da pessoa idosa.

Preservando a autonomia do idoso, no limite das possibilidades física e mental de cada um.

Estimulando o convívio social do idoso.

Proporcionando a prática de exercícios ou de alguma atividade física, ou mental que dê prazer ao ser realizado.

Ter a presença de familiares e amigos com frequência é de grande importância para a autoestima.

Por fim, a sociedade tem que mudar a sua visão e comportamento em relação ao idoso, pois, se nada acontecer, todos, um dia, serão idosos.

Prof. Dr. Izaias Pereira da Costa: Professor titular da Famed da UFMS, professor do curso de pós-graduação de saúde e desenvolvimento do CentroOeste, da UFMS; coordenador do programa de residência médica em reumatologia, do Humap/Ebserh/UFMS; titular da cadeira 23, da Academia Brasileira de Reumatologia

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