O Hemosul está operando com estoques críticos de sangue, principalmente dos tipos O+, O– e A–. Um dos fatores que contribuem para a queda no número de doadores é o uso de medicamentos conhecidos como ‘canetas emagrecedoras’, que impedem temporariamente a doação e impactam diretamente a reposição dos estoques.
De janeiro a julho de 2025, o Hemosul registrou 19.145 bolsas coletadas no Hemocentro Coordenador, enquanto em todo o ano de 2024 foram 30.310. A média atual de doações é de 2.735 por mês, abaixo da meta ideal de 3.300 coletas mensais, somente no Hemocentro Coordenador de Campo Grande.
Segundo a coordenadora do Hemosul, Marina Sawada Torres, pessoas que utilizam ‘canetas emagrecedoras’, como Ozempic, Wegovy e Mounjaro, ficam inaptas a doar sangue por até seis meses após a interrupção do uso. Esses medicamentos são indicados principalmente para o tratamento do diabetes tipo 2, mas vêm sendo amplamente utilizados para o controle de peso.
“O impedimento se deve principalmente à ausência de estudos que comprovem a segurança da transfusão de hemocomponentes com possíveis traços dessas substâncias. Além disso, efeitos colaterais comuns, como náuseas, vômitos e hipoglicemia, aumentam o risco de reações adversas durante a coleta. O uso sem prescrição médica e o compartilhamento irregular dessas canetas também comprometem a segurança do processo de triagem”, explica a coordenadora.
Diante desse cenário, o Hemosul reforça a importância de que os doadores informem corretamente o uso de medicamentos durante a triagem clínica e que busquem orientação médica adequada quanto ao uso dessas substâncias.
Entre as medidas adotadas para atrair doadores e aumentar o número de doações, estão: campanhas internas com empresas, instituições, grupos e associações; convocação de doadores por meio de mensagens via WhatsApp; divulgação nas redes sociais e na imprensa e palestras de conscientização.
Por Geane Beserra
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