Transferência do recurso acontecerá em três parcelas
A Santa Casa de Campo Grande receberá, em caráter de urgência, o repasse no valor de R$ 15 milhões. Tudo isso, graças ao convênio assinado pelo Governador do Estado, Eduardo Riedel, e o secretário de Estado de Saúde, Dr. Maurício Simões, (24). A transferência do recurso acontecerá em três parcelas, devendo ser executado conforme Plano de Trabalho, segundo publicação do Diário Oficial. Em entrevista ao Jornal O Estado, a presidente do hospital, Alir Terra comemorou a chegada dos recursos em meio à superlotação enfrentada diariamente na unidade.
“A Santa Casa de Campo Grande é uma instituição que tem 4 mil colaboradores, na nossa área de remédios a gente tem uma despesa mensal em torno de R$ 5 milhões, e aí nós temos todos os outros insumos. Este convênio vem para auxiliar nas despesas daqui para a frente para que a Santa Casa consiga manter o atendimento das pessoas que buscam atendimento”.
Durante o evento de assinatura do contrato, Alir Terra apresentou algumas informações sobre o trabalho que é realizado na unidade diariamente e que explicam a superlotação. Na unidade de urgência e emergência adulto do pronto-socorro, foram realizados 25.734 atendimentos, média diária de 107 pacientes. Na maternidade, foram atendidas 6.027 mulheres, média de 25 por dia, e na pediátrica, foram atendidas 3.090 crianças, média diária de 13.
Com isso, a capacidade de leitos UDC crítica na área vermelha é de 6, na não crítica área verde é de 7. A média de atendimentos diários é de 107, com 25.734 cirurgias realizadas. De janeiro a julho, foram realizadas 52,206 tomografias, 81.712 raios-x e 16.845 ultrassons. No atendimento ambulatorial geral, foram contabilizados 28.635 atendimentos, média diária de 119 pacientes. Na unidade do Trauma, foram 10.944 atendimentos, média diária de 46 pacientes, e no ambulatório de Hemodiálise foram feitos 10.777 atendimentos, média diária de 45 pessoas.
A parceria com o governo do Estado não é recente, somente neste ano já foram repassados cerca de R$ 83 milhões, sendo R$ 9.047.314,70 mensais referentes ao repasse financeiro para custeio e manutenção de leitos UTI Neo, mais R$ 2 milhões em convênios e cerca de R$ 200 mil em emendas parlamentares estaduais. Tais valores, segundo a presidente Alir Terra, são os que garantem que a unidade continue atendendo à população da Capital e do interior de Mato Grosso do Sul.
“Houve um aumento muito grande no valor dos remédios, alguns são comprados em dólares, somos um hospital de média e alta complexidade. Temos a área do trauma, a cardiologia, a área de queimados, e cada uma precisa de um procedimento diferente. Sem o aporte do governo com esse convênio, a Santa Casa teria grande dificuldade de continuar no atendimento, no mesmo ritmo que estamos hoje. Estamos todos os dias com superlotação no Pronto Socorro, recebemos uma média de mais de 100 pessoas por dia, tivemos que aumentar o nosso quadro de técnicos e enfermagem, tudo isso impacta nas despesas da Santa Casa”, explicou.
Durante o seu discurso, o governador Eduardo Riedel destacou o trabalho que vem sendo realizado pelo hospital e reforçou o compromisso com a saúde de Mato Grosso do Sul.
“Se a gente tomou essa medida, é porque, além de conhecer os números, a gente tem total confiança na diretoria. A eficiência da aplicação é um fator determinante e que muito se discute Brasil afora. Essa diretoria da Santa Casa tem feito o melhor possível e é um desafio permanente. A boa política é aquela que consegue resolver os problemas da sociedade”, afirma.
Por sua vez, Mauricio Simões, atual secretário de Estado de Saúde, disse que o Estado conhecia as demandas da Santa Casa e pontua que os desafios em saúde são inúmeros, mas que se preparar com antecedência para eles é fundamental.
“O desafio do custo em saúde é universal, todas as nações, até as mais ricas, estão extremadamente desafiadas em fazer com que uma saúde de qualidade possa estar ao alcance de todos e com financiamento. Eu acho que as complicações em saúde são evitadas à medida que o profissional de saúde se antecipa a elas e, como gestor, eu tento seguir isso”, finaliza.
Por Ana Cavalcante e Michelly Perez
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