Saiba o que é a síndrome mão-de-boca e como prevenir

Divulgação/  O Estado MS
Divulgação/ O Estado MS

Prof. Dr. Izaias Pereira da Costa

O QUE É A SÍNDROME MÃO-BOCA-PÉ?

É uma doença contagiosa, causada por vírus denominado de Coxsakie, que é encontrado no aparelho digestivo e que provoca lesões na boca, mãos e pés.

QUEM É MAIS ACOMETIDO?

Geralmente, as crianças menores de 5 anos de idade são as mais acometidas, principalmente aquelas que frequentam creches ou escolas. Porém, embora com menor frequência, os adultos também podem adoecer.

COMO A PESSOA ADQUIRE A SÍNDROME MÃO-BOCA-PÉ (SMBP)?

A transmissão da doença se dá por contato entre os indivíduos, por meio de gotículas expelidas durante o espirro, tosse ou saliva. Outras formas de contágio são por meio do uso compartilhado de utensílios (copos, pratos, talheres), de alimentos contaminados ou pelo contato direto com as lesões decorrentes da doença.

Como é um vírus cujo hábitat é o intestino, a falta de higienização das mãos após a evacuação é um fator que favorece a disseminação do vírus. Mesmo que o indivíduo tenha regredido os sintomas ele continua, por até 4 semanas, transmitindo o vírus pelas fezes.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS E SINAIS DA SÍNDROME?

Durante a primeira semana, a pessoa apresenta febre, dor no abdômen, dor para engolir e diarreia. Na evolução, aparecem lesões avermelhadas na boca que formam pequenas bolhas, que quando se rompem, formam úlceras, semelhantes a aftas.

Na pele também podem surgir manchas vermelhas com pequenas bolhas (vesículas), que também podem romper e formar úlceras Os locais preferenciais são nas plantas dos pés e nas palmas das mãos, daí o nome da síndrome.

Outros locais também podem evoluir com as manchas e vesículas, como nádegas, coxas, pernas e região genital.

COMO É A EVOLUÇÃO DA SÍNDROME?

Geralmente, a evolução é boa, regredindo os sintomas e sinais em poucas semanas. Porém, alguns pacientes podem apresentar desidratação, por não conseguir engolir alimentos pela dor, o que requer hidratação oral ou pela veia. Um número menor de casos tem evolução mais grave, com comprometimento do sistema nervoso central, do coração e pulmões.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

O diagnóstico é essencialmente clínico, a partir da história do paciente, das lesões e do quadro geral. Os exames de sangue rotineiros não tem especificidade para a caracterização da síndrome.

Exames laboratoriais específicos, que não são de fácil realização, consistem em isolamento e ou identificação do vírus, a partir das secreções do doente.

QUAIS MEDIDAS DE PREVENÇÃO DEVEM SER TOMADAS?

– O isolamento temporário da pessoa, como não ir à escola ou creche, não estar em contato direto com outras pessoas, é mandatório pelo menos nas primeiras 2 semanas.

– Não compartilhar objetos e utensílios, como talheres, copos, pratos.

– Cobrir a boca ao tossir ou espirrar.

– Lavar sempre as mãos ao ter contato com o doente ou quando for ao banheiro.

– Descartar os lenços ou fraldas utilizadas em locais apropriados.

– Evitar abraçar ou beijar a pessoa doente.

– Lavar com desinfetantes, com água e sabão, os objetos utilizados pela pessoa contaminada.

TEM TRATAMENTO?

Como o paciente tem dificuldade para se alimentar, por causa das lesões na boca, deve-se ter o cuidado de mantê-lo bem hidratado e alimentado, oferecendo bebidas geladas e alimentos pastosos.

O repouso, na primeira semana, é de grande importância para a recuperação. Não há vacinas para esta infecção.

O tratamento geralmente é para aliviar os sintomas, como medicação para abaixar a febre, analgésicos e curativos locais nas lesões. Na maioria dos casos, a doença regride espontaneamente, em poucas semanas.

Caso haja agravamento do quadro, medicações antivirais podem ser usadas.

Prof. Dr. Izaias Pereira da Costa: Professor titular da Famed da UFMS, professor do curso de pós-graduação de saúde e desenvolvimento do CentroOeste, da UFMS; coordenador do programa de residência médica em reumatologia, do Humap/Ebserh/UFMS; titular da cadeira 23, da Academia Brasileira de Reumatologia

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