Sabe o que é síndrome respiratória grave?

Divulgação/  O Estado MS
Divulgação/ O Estado MS

SÍNDROME OU DOENÇA?

Denomina-se síndrome quando os sinais (febre, por exemplo) e sintomas (dor no corpo, por exemplo) podem ocorrer por várias causas. Quando se conhece o causador dos sinais e sintomas, é doença. Um indivíduo com coriza, febre, dor no corpo, mal estar, tosse, rouquidão, dor de garganta, o diagnóstico seria de síndrome gripal, porque os agentes que causam esse quadro clínico podem ser vários tipos de vírus (Influenza, SARS COV-2, entre outros), fungos ou bactérias. Se o agente causador é o vírus da Influenza, aí é gripe.

O QUE É A SRAG (SINDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE)?

No paciente com gripe, ele não apresenta falta de ar com dificuldade para respirar. Quando a gripe se agrava e afeta os pulmões, ocasionando lesões na sua estrutura, o indivíduo apresenta um desconforto respiratório, sente uma compressão no peito, os lábios e pontas dos dedos ficam arroxeados, dentre outros sintomas, a SRAG está instalada.

COMO ESTÁ A SITUAÇÃO EM MATO GROSSO DO SUL?

Segundo o boletim epidemiológico da SES (Secretaria Estadual de Saúde do MS), desta semana, nosso Estado já apresentou 5.160 casos de SRAG, com 445 óbitos. Dos 5.160 casos de SRAG, 456 tiveram como causa a infecção pelo vírus Influenza, com 60 mortes. Ou seja, esses casos iniciaram com quadro gripal. O vírus da Influenza tem maior circulação no período de chuvas e no inverno, sendo que em M S tivemos maior ocorrência de casos entre março até esta semana.

QUEM É MAIS PROPENSO A TER SRAG?

Os dados desse boletim da SES MS, evidenciam que as crianças de zero a 9 anos e os idosos a partir dos 60 anos, embora em menor número, foram os mais acometidos. Não houve diferença significativa do adoecimento entre os sexos: .45,5% no feminino e 55,5% masculino.

Segundo dados do Ministério da Saúde, as populações que apresentam fatores de risco para complicações são: gestantes, crianças menores de 5 anos, idosos acima dos 60 anos, pessoas que apresentam doenças prévias, como insuficiência renal, diabetes, doenças cardiovasculares, neurológicas, pulmonares ou fazem uso de medicações imunossupressoras e obesidade.

COMO SE INSTALA A SRAG?

O quadro começa com febre (> 37.80ºC), atingindo os maiores níveis nos dois primeiros dias e diminuindo em seguida, progressivamente. Este é o período de maior possibilidade de transmissão do vírus a outras pessoas. Outros sintomas estão presentes, como coriza, rouquidão, tosse, dor de cabeça, calafrios, dor muscular e mal-estar. E o quadro gripal que, geralmente, se resolve em 1 semana.

Porém, podem ocorrer algumas complicações, como o quadro se prolongar, com inflamação do ouvido, pneumonia, entre outros comprometimentos. Nos casos que evolui com lesão pulmonar mais grave, que o paciente apresenta falta de ar, respiração cansada, lábios e/ ou de extremidades dos dedos arroxeados, confusão mental, queda da pressão arterial, dentre outros sinais e sintomas, configuram a Síndrome Respiratória Aguda Grave.

QUAIS EXAMES DEVEM SER REALIZADOS?

O exame de sangue vai mostrar possíveis alterações no hemograma, elevação das enzimas do fígado, da função renal, além de coleta de secreção nasal para identificação do vírus e ou bactéria. O raio X e a tomografia computadorizada são de grande ajuda diagnóstica.

COMO PREVENIR?

– Lavar as mãos antes de se alimentar ou quando tossir ou espirrar.
– Cobrir a boca e nariz com o antebraço quando tossir ou espirrar.
– Evitar levar as mãos à boca, nariz e olhos.
– Evitar contato próximo com pessoas que estejam com quadro gripal. Se for necessário, usar máscaras cirúrgicas.
– Manter os ambientes bem ventilados.
– Não compartilhar objetos de uso pessoal, como copos, talheres, pratos e garrafas.
– Evitar recintos fechados com aglomeração de pessoas.
– Vacinar anualmente contra o vírus da Influenza.

COMO TRATAR?

No paciente que apresente os sintomas iniciais de síndrome gripal, se a suspeita de ser viral a causa, recomenda-se iniciar, o mais cedo possível, o uso de medicação antiviral.

O acompanhamento da evolução do paciente deve ser feito, para que, nos primeiros sintomas de agravamento da febre e da respiração, esse paciente deva ser internado, para melhores cuidados, onde será monitorado permanentemente, em relação a sua oxigenação, função renal, hepática etc., com instituição do tratamento medicamentoso e de suporte.

Prof. Dr. Izaias Pereira da Costa: Professor titular da Famed da UFMS, professor do curso de pós-graduação de saúde e desenvolvimento do CentroOeste, da UFMS; coordenador do programa de residência médica em reumatologia, do Humap/Ebserh/UFMS; titular da cadeira 23, da Academia Brasileira de Reumatologia. Acesse também: Prefeitura lança nesta segunda o calendário do aniversário

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