A Qdenga, nova vacina utilizada para prevenção da dengue, deve chegar ao Brasil somente no segundo semestre deste ano. Fabricada pela Takeda, ela foi aprovada no início deste mês pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para ser comercializado no Brasil.
O imunizante tem quatro diferentes sorotipos do vírus causador da doença, conferindo assim uma ampla proteção. Destinado ao público de 4 a 60 anos, ele é aplicado em esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre elas.
Segundo Vivian Lee, diretora-executiva de assuntos médicos da Takeda Brasil, a previsão estimada para o produto estar em unidades de saúde do país leva em consideração trâmites necessários para a sua comercialização.
Depois da aprovação da Anvisa, outra etapa se dá na CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), que define o valor máximo de medicamentos. Por enquanto, não há estimativa de quanto a dose deve custar.
Uma vantagem da vacina é que ela pode ser utilizada tanto em pessoas que já tiveram dengue quanto naquelas sem histórico da doença.
Em estudos, observou-se boa capacidade de defesa contra a infecção. Em avaliação clínica, após 12 meses da aplicação, a eficácia geral foi de 80,2% contra a dengue causada por qualquer um dos quatro sorotipos que causam a doença.
Disponibilidade no SUS e no setor privado
No Brasil, há outro imunizante, fabricado pela Sanofi Pasteur, que age contra a infecção, mas só é indicado para aqueles que já apresentaram a doença. Essa vacina só está disponível na rede privada.
Segundo Lee, a farmacêutica tem capacidade de distribuir a vacina no setor privado no país, mas os pedidos ainda não foram feitos pelas clínicas por ainda não haver o valor definido do fármaco. “Não temos recebido negociação porque não temos a definição do preço na CMED”, afirma a diretora.
Também existe o interesse de levar o imunizante para o SUS, até por causa do impacto da dengue no Brasil. Só no ano passado houve mais de mil mortes.
Para um fármaco ser adicionado à rede pública de saúde, é necessário que ele passe antes pela avaliação da Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS).
“Nessa análise, a Conitec considera aspectos como eficácia, efetividade, segurança e impacto econômico da nova tecnologia com base nas melhores evidências científicas disponíveis”, afirmou o Ministério da Saúde em nota à Folha de S.Paulo.
No caso da Qdenga, a pasta também afirma que “a inclusão da vacina para controle da dengue no SUS é prioridade”. No momento, a definição do preço pela CMED é aguardada para que a vacina seja então analisada pela Conitec. Acesse também: Distribuidora é fechada após denúncia de venda ilegal de gás
Com informações da Folhapress, por SAMUEL FERNANDES
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