Nova vacina contra a dengue deve custar até R$ 600 nas clínicas particulares

Foto: Nos últimos sete dias,
número de casos
confirmados
aumentou 4,3%/Arquivo Jornal O Estado
Foto: Nos últimos sete dias, número de casos confirmados aumentou 4,3%/Arquivo Jornal O Estado

Imunizante foi aprovado pela Anvisa e incorporação no SUS depende de aval da Conitec

Aprovada para uso no Brasil pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), em março deste ano, a vacina Qdenga contra a dengue custará, no mínimo, R$ 301,27 por dose, nas clínicas do país. Contudo, o valor do imunizante vai variar conforme a alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) em cada Estado, podendo chegar a até R$ 600,00, em Mato Grosso do Sul. O imunizante é o primeiro liberado no país para pessoas que nunca entraram em contato com o vírus.

A equipe de reportagem do jornal O Estado contatou clínicas e laboratórios particulares de Campo Grande. De acordo com a clínica Vaccini, o lote do imunizante desenvolvido pela farmacêutica japonesa Takeda Pharma, está previsto para chegar na Capital já no próximo mês. No entanto, os valores estão cotados acima da média do que era o esperado pela população. Segundo a Vaccini, cada dose deverá custar R$ 600,00. Com convênio, poderá sair por R$ 540,00 e à vista R$ 522,00.

Em outras clínicas consultadas pela reportagem, como o Centro de Imunização Imunitá, a previsão para que a vacina comece a ser aplicada em Campo Grande é somente no mês de agosto e sem valores ainda estipulados. Outras clínicas particulares, como Vaccine Care e o Laboratório Bioclínico, afirmaram já terem solicitado lotes do novo imunizante contra a doença, mas sem prazo definido para a chegada e os valores.

A clínica de vacinas Immune Life atua somente com a primeira vacina contra a dengue, a Dengvaxia, até o momento. A dose do imunizante está custando R$ 283 com convênio, e à vista sai por R$ 267.

Conforme o levantamento, o preço inicial foi autorizado pela CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos) da reguladora e publicado no início deste mês. Em contrapartida, a incorporação da vacina no SUS (Sistema Único de Saúde) depende ainda de avaliação e aval da Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias) para ser comprada pela pasta e distribuída aos municípios.

Estudos apontam que a vacina Qdenga promete eficácia de 80% para crianças de 4 anos a adultos de 60, e deve ser aplicada em esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações. Conforme os valores aprovados pela CMED, a imunização completa com a vacina na rede particular sai a mais de R$ 600.

A vacina é composta por quatro diferentes sorotipos do vírus causador da dengue. A sua produção foi realizada ao longo de quatro anos e meio, em mais de 20 mil crianças e adultos em 13 países da Ásia e América Latina. Segundo os resultados, ela previne 84% das hospitalizações causadas pela doença e evita 61% dos casos de dengue sintomática.

Vale lembrar, também, que já existe uma vacina contra a dengue no Brasil, a Dengvaxia. Contudo, esse imunizante é indicado somente para quem já teve a doença, protegendo apenas contra uma segunda infecção, que pode ser mais grave e até letal. Diferente do primeiro imunizante, a Qdenga pode ser aplicada em pessoas com ou sem infecção prévia.

MS CONFIRMA MAIS 1,3 MIL CASOS DE DENGUE E NENHUMA MORTE 

A chegada do imunizante acontece em um momento de alta incidência. Somente nos últimos sete dias, o número de casos confirmados de dengue subiu de 30.821 para 32.155, em Mato Grosso do Sul, o que representa um aumento de 4,3%. Apesar disso, o Estado não registrou novas vítimas, mantendo o número de 28 mortes. Os dados atualizados são do boletim epidemiológico da SES (Secretaria de Estado de Saúde), divulgado na última quarta-feira (21). Somente nos primeiros seis meses deste ano, o percentual de casos confirmados ultrapassou toda a série histórica dos últimos dois anos. Em 2022, foram contabilizados 21.328 casos confirmados e 24 mortes pela doença, ou seja, em 2023 os casos subiram 50%.

No ano anterior, em 2021, o Estado registrou 8.027 casos e 14 mortes em decorrência da dengue. Neste ano, em seis meses, o percentual de casos é 300% maior.

Em relação ao número de mortes, MS registra 28 mortes pela doença. Dentre as vítimas, em 17 delas foi detectado o sorotipo dengue 1. Outras 10 vítimas seguem em investigação pela secretaria.

Vale destacar que MS ocupa a 10° posição de incidência de casos, com 48.921 casos prováveis da doença, o que representa uma incidência de 1.741,3. Dentre os 79 municípios do Estado, 72 registram alta incidência de dengue, ou seja, mais de 300 casos por 100 mil habitantes. Os sete municípios restantes estão na média. As maiores incidências de casos por número de habitantes foram registradas em Brasilândia, com 1.501 casos prováveis; seguido de Antônio João (1.128), Alcinópolis (391), Ivinhema (1.552), Juti (424) e Maracaju (2.962). Na Capital, maior cidade do Estado, foram contabilizados 9.382 casos prováveis de dengue, de janeiro a junho de 2023.

Por Brenda Leitte – Jornal O Estado do MS.

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