Mudanças climáticas agravam quadro de pacientes e Sesau alerta que hospitais particulares estão cheios

Secretária municipal de Saúde, Rosana Leite - Foto: Izaias Medeiros
Secretária municipal de Saúde, Rosana Leite - Foto: Izaias Medeiros

Nos últimos 4 meses, equipes de saúde municipais realizaram 2,5 milhões de atendimentos na atenção básica

Como parte do processo de transparência do Executivo, ontem (27) aconteceu a prestação de contas da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) à Câmara dos Vereadores de Campo Grande. Os números expressivos nos atendimentos, em quatro meses, podem ser reflexo do aumento da demanda com as doenças respiratórias relacionadas às condições climáticas extremas.

“Ontem (26), todas as nossas portas estavam lotadas, 177 pacientes precisando de um leito hospitalar e eu liguei para todos os hospitais da rede privada e nenhum tinha leito”, citou Rosane Leite com preocupação.

Segundo o relatório apresentado pela secretária municipal de Saúde, Rosana Leite, foram realizadas 861 mil visitas domiciliares, 614 mil atendimentos individuais, 1 milhão de procedimentos e 64 mil atendimentos odontológicos, totalizando 2,5 milhões de atendimentos na produção da atenção básica.

Em valores, o montante de empenho aplicado nos dois primeiros quadrimestres foi de R$ 14,9 milhões, sendo a maior parte desses recursos relacionada ao home care (32,03%), seguida por medicamentos (24,92%) e dietas (23,31%).

Ao jornal O Estado MS, Rosana disse que as condições financeiras foram apertadas pelo aumento da demanda em todas as unidades de saúde. “Na urgência emergência teve muito atendimento, causados por essa mudança climática e mudança de postura, pós-pandemia. A gente observa que as pessoas esqueceram dos cuidados, alguns grupos querem viver hoje como se não existisse amanhã e chegam a abandonar tratamento”, detalha.

Para o próximo quadriênio, a atual preocupação é que a Sesau saiu da gestão plena do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, que agora integra a gestão de saúde do Estado. “Teve a saída do Hospital Regional da gestão plena da Capital, que agora está com gestão estadual. Essa questão a gente ainda vai discutir com mais propriedade,  para ver como será daqui para frente”, acrescentou Rosana.

O presidente da Comissão Permanente de Saúde da Câmara, vereador Dr. Victor Rocha (45) acredita que essa questão do Hospital Regional não vai impactar no atendimento à população. “Na verdade, o que muda é só a gestão, a coordenação do cuidado. Antes o município era a gestão plena e tinha todos os hospitais sob sua gestão, e o Hospital Regional agora é a gestão estadual. Quem vai deter a lista da regulação é a central de regulação do Estado e não do município. Na prática, não vai mudar nada o entendimento do hospital regional. Então, a gente sabe que o Campo Grande já atende o Campo Grande e o interior e vai continuar atendendo”, defendeu.

Por fim, ele ressaltou a importância das prestações de contas principalmente para que os campo-grandenses saibam onde está sendo investido do dinheiro público e também porque a Saúde é um setor que gera muitas demandas.

“O relatório detalhado do quadrimestre anterior nos últimos quatro meses. E nós vamos avaliar quanto foi investido na saúde, como está sendo feito esse gasto. A gente vai fazer uns questionamentos que a população ainda está reclamando, sobre a falta de remédios, ver como estão as ambulâncias do Samu e até os leitos”, explicou.

Atualmente, Campo Grande conta com 74 unidades de atenção primária, sendo quatro delas em áreas rurais. O município possui 227 equipes de saúde da família e 147 equipes de saúde bucal, conforme os dados apresentados. Das unidades, 46 unidades possuem horário estendido, oferecendo atendimento extraordinário para urgência e emergência.

Por Kamila Alcântara

 

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