Em uma parceria entre o Ministério da Saúde e a Universidade de Brasília (UnB), foi lançada, nesta quinta-feira (22), a cartilha online “Caminhos para a construção de uma educação sexual transformadora”. Com 34 páginas, o material aborda de maneira direta e acessível o potencial da educação sexual na transformação da sociedade, promovendo uma vida mais livre, igualitária e saudável, fundamentada na autonomia individual.
O documento, disponível para todos, é um convite para a participação de toda a sociedade. A cartilha defende a integração da educação sexual tanto no ambiente doméstico quanto nas escolas, enfatizando a promoção do respeito, afeto e a discussão de temas como desigualdades de gênero, diversidade sexual e direitos reprodutivos.
A coordenadora de Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (Saps), Sonia Venancio, destacou a importância de debater as consequências de uma gestação indesejada na adolescência. Ela ressaltou que além do impacto direto na saúde, a interrupção, muitas vezes temporária, da educação formal pode levar à menor qualificação das jovens para o trabalho, perpetuando um ciclo de pobreza e desigualdade de gênero.
Rebeca Silva, de 17 anos, participante de um projeto social em São Sebastião (DF), enfatizou durante o lançamento da cartilha que a gravidez na adolescência muitas vezes é tratada como algo normal, prejudicando os jovens. Ela ressaltou a importância de ter acesso a informações sobre direitos e participar de espaços abertos de debate sobre educação sexual.
Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) 2019, 8% das meninas entre 13 e 17 anos que já tiveram relações sexuais engravidaram pelo menos uma vez. O lançamento da cartilha marcou o encerramento da Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, que teve como objetivo conscientizar sobre a importância do acesso a informações adequadas para escolhas orientadas e seguras.
Dentro da programação da Semana, o Ministério da Saúde promoveu seminários virtuais que discutiram prevenção, consequências e experiências exitosas, reunindo aproximadamente 5 mil pessoas. Além da cartilha, a pasta disponibilizou uma nota técnica para orientar a implementação de ações e um fact sheet com o panorama da gravidez na adolescência. Ambos os materiais visam auxiliar coordenadores estaduais, municipais e do Distrito Federal em suas abordagens e estratégias locais. O conteúdo será disponibilizado em breve no site do ministério.
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