Dose errada: crianças em MS já tomaram a vacina contra a COVID-19, mas não a versão pediátrica

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Foto: Reprodução/Pfizer

Com início da vacinação infantil contra a COVID-19, em crianças de 5 a 11 anos, Mato Grosso do Sul já registrou 52 pequenos que receberam dose errada de imunizante: em vez da versão pediátrica da Pfizer/BioNTech (vacina Comirnaty), teve aqueles que ganharam injeção adulta ou até mesmo de vacinas não regulamentadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). As informações são da RNDS (Rede Nacional de Dados da Saúde), divulgadas nesta quarta-feira (19) AGU (Advocacia-Geral da União).

Segundo ainda o documento, divulgado pela Agência Brasil, Mato Grosso do Sul teve ao menos 21 crianças imunizadas erroneamente com dose de AstraZeneca e outras 24 que ganharam de Coronavac. Ainda, sete pequenos tomaram vacina da Janssen. Nenhum dos imunizantes citados têm permissão pelos órgãos sanitários brasileiros para serem aplicados em pacientes de 5 a 11 anos. A comunidade científica aponta que a Pfizer é clinicamente indicada – com comprovação de segurança e eficácia – para a faixa etária.

Segundo a tabela emitida pelo órgão, MS não está sozinho no problema. Equívocos ocorreram em todas as 26 unidades federativas mais o Distrito Federal, somando ao todo 57.147 crianças e adolescentes imunizados incorretamente. De 0 a 4 anos, 2,4 mil brasileiros ganharam dose de vacina que não possui nenhum respaldo da Anvisa.

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Dados do RNDS sobre equívoco de vacinas contra a COVID-19 para crianças. Foto: Divulgação/Advocacia-Geral da União

Respostas

Questionada pelo O Estado sobre o assunto, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) respondeu que a responsabilidade de aplicação é dos 79 municípios sul-mato-grossenses. Na justificativa da situação, disse que “os casos são inserções de informações erradas no sistema”.

Segundo a SES, os municípios são orientados para, quando ocorrer vacinação errada, “que façam a devida notificação de erro”. Ainda, que o paciente é avaliado e acompanhado por médicos. O esquema vacinal é paralisado até que haja a oferta de vacina adequada e autorizada para a faixa etária.

Em âmbito nacional, o PNI (Programa Nacioanal de Imunização) informa que “o aumento no número de registros errados no sistema vieram após os ataques de hackers pela plataforma do Ministério da Saúde”.

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Foto: Divulgação/Governo do Ceará

Vacina e dosagem

O imunizante contra a COVID-19 utilizada na criançada não é o mesmo que nos adultos. O princípio ativo – RNA mensageiro (mRNA) segue o mesmo, porém a dosagem não: pequenos de 5 a 11 anos só poderão ter esquema vacinal completo (duas doses) com 0,2 mililitros, ou 10 microgramas. Isto corresponde a um terço da formulação (em duas doses) aplicada nos adolescentes de até 12 anos e também nos adultos e pessoas idosas (60 anos ou mais).

Para não haver confusão na hora da aplicação, os frascos possuem cores diferentes. Embalagens com a tampa de cor roxa identificam as doses para maiores de 12 anos; já as laranjas, para crianças de 5 a 11 anos.

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