De acordo com o monitoramento da Vigilância Epidemiológica da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), até agora, Campo Grande registrou mais de 50 mil casos de doenças diarreicas agudas, o que representa um aumento de 24% em comparação ao mesmo período do ano passado. Nesses casos, os pacientes apresentam diarreia com duração de até 14 dias e está relacionada a diversas causas, como infecções virais, parasitárias ou bacterianas.
Segundo nota enviada ao O Estado, as alterações nos padrões sazonais de número de casos podem estar associadas à circulação de infecções virais, alterações dos padrões sanitários, ocorrência de surtos de origem hídrica ou alimentar.
“É indicada a coleta de amostras em casos de detecção de surtos, com casos relacionados entre si. Nos demais casos serve de base para conhecimento dos padrões sazonais e identificação precoce na alteração dos mesmos, possibilitando adoção de orientação à população sobre medidas de higiene e boas práticas sanitárias”, esclarece a pasta.
De acordo com a médica Carolina Arroyo, da Unimed Campo Grande, além de manter o hábito de higienização das mãos, evitar alimentos mal cozidos ou de origem duvidosa é a melhor prevenção para quadros de gastroenterite. “O ideal é cozer bem os alimentos e fazer o uso de água filtrada. Se não tem filtro, melhor ferver, para que aí seja exterminado todos os germes e microbactérias que existem”, destaca.
Mas como saber se está sofrendo com um quadro de gastroenterite sério ou apenas um desconforto com algo que não “caiu muito bem”? Carolina explica que os casos mais sérios apresentam febre, dor intensa no corpo e até vômitos. Quando chega a esse ponto, é necessário o tratamento até com antibiótico.
“Existem outras causas que podem levar a dor abdominal que não a gastroenterite. Muitas outras causas cirúrgicas, que acabam sendo atendidas na emergência, como apendicite, colecistite. O paciente, ele tem uma dor abdominal localizada e junto com essa dor abdominal, ele tem outros sintomas clínicos”, alerta a doutora.
Por esses fatores, a médica conclui reforçando que não se pode negligenciar os sintomas e só uma consulta é capaz de indicar o que realmente está acontecendo. “Um monte de outras condições também podem causar dor abdominal, como infecções, problemas como diabetes, então no caso de dor persistente, dor de alta intensidade, de difícil controle associada, dificuldade de se alimentar. Deve ser procurado um médico para fazer uma avaliação e diagnóstico correto”, termina.
Por Kamila Alcântara