Câmara debate violência obstétrica após relatos de famílias que perderam bebês

Foto: PMCG
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A Câmara Municipal de Campo Grande realizou ontem (26), uma Audiência Pública para discutir casos de violência obstétrica e negligência médica. Proposta pela vereadora Luiza Ribeiro, a reunião foi marcada por depoimentos de familiares de Levi, Kalleb, Elisa, Dante, Dudu, Antônio Gabriel e outras crianças que morreram ou sofreram sequelas graves durante o parto.

O debate teve a presença de representantes do Ministério Público, Defensoria Pública, Polícia Civil, OAB, secretarias de Saúde, profissionais e entidades ligadas à assistência. A principal pauta foi a criação de protocolos de atendimento e mecanismos de prevenção, que devem ser apresentados em projeto de lei municipal.

Logo no início, mães, pais e avós relataram histórias de sofrimento, descrevendo falhas no atendimento, demora em intervenções médicas, falta de vagas em UTI, omissões e condutas consideradas inadequadas durante o trabalho de parto. As famílias pediram justiça e medidas práticas para evitar que outras crianças passem pelo mesmo.

Entre as propostas apresentadas está a criação de um canal de denúncia em tempo real, o direito à segunda opinião médica e a padronização de protocolos obrigatórios de humanização no parto. Instituições presentes reforçaram a necessidade de fiscalização mais rigorosa, observatórios de casos e capacitação contínua dos profissionais de saúde.

Representantes do Ministério Público destacaram que há dezenas de investigações em andamento sobre irregularidades no atendimento obstétrico. Já a Defensoria Pública chamou atenção para a importância de mudar práticas ultrapassadas, fortalecer o empoderamento das gestantes e adotar condutas baseadas em evidências científicas.

Parlamentares reforçaram a urgência de responsabilização e de políticas permanentes. “A luta dessas famílias está evitando novos lutos”, resumiu o vereador André Salineiro, ao pedir união entre os órgãos para acelerar mudanças.

O debate terminou com o compromisso de transformar as propostas em ações concretas, com o objetivo de garantir atendimento humanizado, seguro e digno para gestantes e bebês em Campo Grande.

Da redação

 

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