Brasil debate saúde sexual e reprodutiva com países do Mercosul

Foto: Luciano Marques/MS
Foto: Luciano Marques/MS

Ministério da Saúde promove encontro internacional sobre paternidade, cuidado e igualdade racial

O Brasil, que assumiu a presidência do Mercosul em julho de 2023, organizou com sucesso a Reunião da Comissão Intergovernamental de Saúde Sexual e Reprodutiva do Mercosul, realizada na quinta-feira (31), na cidade de Recife, Pernambuco. O encontro aconteceu simultaneamente ao Seminário Nacional e Internacional de Paternidade e Cuidado, promovido pelo Ministério da Saúde.

Celmário Brandão, coordenador de Atenção à Saúde do Homem da Secretaria de Atenção Primária, destacou a importância estratégica da reunião para o Departamento de Gestão do Cuidado Integral (DGCI). Ele ressaltou que o DGCI engloba saúde do homem, saúde da mulher, criança, adolescente e idoso, tornando a agenda extremamente relevante, especialmente no contexto da paternidade e do exercício do direito reprodutivo.

Representantes dos ministérios de saúde de todos os países membros do Mercosul e de três países associados participaram do evento. Entre eles estavam Yamila Picasso (Argentina), Laura Rosário Batalla Flores (Uruguai), Gloria Andrea Fernandez (Paraguai), Lisbet Valeria Montenegro (Equador), Katiuska Andrea Rojas (Chile) e America Andrea Bustos Calvi (Bolívia).

Katiuska, do Programa de Saúde Integral da Mulher do ministério chileno, enfatizou a importância de discutir os direitos sexuais e reprodutivos na América Latina, um tema frequentemente considerado tabu. Ela acredita que a colaboração entre os países da região pode impulsionar o avanço nessa agenda crucial.

Além dos representantes do Mercosul, especialistas de outros países, como Inglaterra, México e Estados Unidos, participaram da agenda. Celmário ressaltou que a troca de experiências foi essencial para abordar a resistência dos homens em se envolverem nos direitos reprodutivos e discutir como os homens podem se comprometer no planejamento familiar e nas práticas de contracepção.

Por muito tempo, a contracepção foi vista como responsabilidade exclusiva das mulheres, mas essa perspectiva está mudando. O envolvimento paterno desempenha um papel crucial no bem-estar da família, incluindo o alívio da depressão pós-parto. A Estratégia Pré-Natal do Pai/Parceiro, apoiada pelo Ministério da Saúde, incentiva os homens a participarem das consultas pré-natais, realizarem exames e cuidarem de sua própria saúde.

O Brasil se destaca na América Latina com a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), promovendo o envolvimento dos homens no planejamento reprodutivo e incentivando uma maior participação nas tarefas domésticas e nos cuidados com as crianças.

O Seminário também abordou questões de igualdade racial, destacando a importância de considerar as perspectivas raciais ao discutir masculinidades e paternidade. Jorge Lyra, coordenador do Núcleo Feminista de Pesquisas em Gênero e Masculinidades da Universidade Federal de Pernambuco, enfatizou a necessidade de ressignificar a masculinidade e a paternidade, reconhecendo o cuidado como fundamental para a existência da vida.

Luís Eduardo Batista, assessor da Equidade Racial em Saúde do Ministério da Saúde, ressaltou a importância de incluir a perspectiva racial nas políticas de saúde do homem e de cuidados, como parte dos esforços para enfrentar o racismo e promover a igualdade racial.

O evento foi marcado pela troca de experiências, discussões significativas e um compromisso renovado com a promoção da saúde sexual e reprodutiva, bem como com a igualdade de gênero e racial na América Latina.

Com informações do Ministério da Saúde

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