Na manhã de ontem (22), os vereadores Prof. André Luis e Zé da Farmácia, respectivos presidente e secretário da Comissão Permanente de Mobilidade Urbana, da Câmara Municipal de Campo Grande, participaram de uma audiência pública para discutirem sobre o crescente número de furtos de fio de cobre da rede elétrica, causando prejuízos financeiros e transtornos à população.
Na ocasião, o presidente da comissão cobrou, com urgência, a necessidade de regulamentação de legislação, por parte da Prefeitura Municipal de Campo Grande, para ajudar a coibir os crimes.
“Vamos reunir as informações para a construção de legislação municipal eficaz, que atenda essa regulamentação e vamos cobrar soluções da prefeitura”, disse.
O vereador ainda acrescentou que têm sido frequentes os casos de furtos de fios de semáforos, de unidades de saúde, de escolas e também de empresas privadas e, por isso, a audiência teve o objetivo de discutir como o Legislativo pode contribuir, para mitigar os prejuízos causados.
“Somente em relação aos semáforos de trânsito, as perdas alcançaram R$ 1,6 milhão, contabilizando 700 ocorrências, registradas desde 2019”, ressaltou.
Conforme o delegado adjunto da Derf – (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Roubos e Furtos), Francis Flavio Freire, a maior dificuldade que os policiais enfrentam para identificar e responsabilizar os responsáveis pelos furtos, é identificar a origem dos fios de cobre.
“Temos essa dificuldade em reprimir, pois o fio de cobre ou de alumínio não tem número de série, não há nada para identificá-lo. Não basta chegarmos no comércio e apreender o material, pois temos dificuldade em comprovar que é proveniente de criminosos”.
Outro desafio, segundo o coronel Emerson Almeida Vicente, comandante do Policiamento Metropolitano da Polícia Militar de Campo Grande, é que grande parte dos furtos são cometidos por pessoas em situação de rua, que trocam esse material por drogas.
“Temos preocupação crescente no Centro, com essas pessoas, principalmente na região central”, disse. Confirmando a mesma dificuldade, o delegado Camilo Cavalheiro, titular da 6ª Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande, afirmou que 80% a 90% dos crimes são praticados por usuários de drogas e também salientou a importância de a população denunciar, caso presencie o ato. “Nos deparamos com fios descascados, sem qualquer identificação e temos dificuldade em comprovar o furto, mas a população pode nos ajudar, informando a polícia caso veja alguém queimando fios”.
Dados
O diretor de trânsito da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Sidnei Oshiro, indicou que, em três anos, o número de furtos subiu 454%. Em 2019, o número era de 3.180 metros e em 2021 foram 17.629 metros, o que representa 1,6 milhão em prejuízos.
Por Tamires Santana – Jornal O Estado do MS.
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