Tucanos aguardam Reinaldo Azambuja para resolver eleição à Mesa Diretora

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Intenção é aparar arestas e ter consenso na disputa no Legislativo

Tucanos eleitos para a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul aguardam o presidente regional, ex-governador Reinaldo Azambuja, para resolverem de vez a questão da disputa por cargos na Mesa Diretora. 

A eleição acontece dia 1° de fevereiro após a posse, e a expectativa de alguns deputados é de que o “líder maior” do ninho dê uma direção para que haja consenso e chapa única. No consenso, alguns teriam de desistir de pleitear os cargos, e engolir a seco a falta do espaço tão almejado na gestão da Casa de Leis. Enquanto Azambuja esteve de folga, pescando e descansando, alguns parlamentares continuaram a articular a questão política. 

A deputada mais votada na eleição passada, Mara Caseiro, deixou o nome à disposição para a presidência, assim como o deputado Jamilson Name, que deseja ser o primeiro-secretário. Ambos não demonstram desistir tão fácil em prol de Gerson Claro e Paulo Corrêa, também com interesse na presidência e primeira-secretária. 

O que alguns tucanos esperam neste momento é que Azambuja retorne e “coloque panos quentes” na casa. Zé Teixeira, por exemplo, disse ao jornal O Estado que, em sete mandatos, “nunca viu uma disputa por cargos na Mesa Diretora”, e que sempre o esperado é decisão conjunta e consensual. Por sua vez, era esperado que o governador Eduardo Riedel pudesse interferir de alguma maneira, mas ele vem declarando à imprensa que se manterá neutro na questão e que a disputa está sendo feita entre aliados, por isso cada os três governadores do PSDB são os protagonistas das inserções de TV da propaganda partidária gratuita que começa a ser exibida nesta terça-feira (24). 

Em uma das peças, de 30 segundos, Eduardo Leite (RS), Raquel Lyra (PE) e Eduardo Riedel (MS) conversam com o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, sobre a necessidade de defender a democracia em um país dividido. Também dizem ser possível buscar soluções para combater a pobreza e recuperar a economia. 

O mote da peça, gravada no dia seguinte aos atos golpistas de 8 de janeiro, é “A gente trabalha pelo Brasil”. A produção ficou a cargo do publicitário Igor Paulin, que trabalhou na vitoriosa campanha de Lyra, em Pernambuco. O PSDB saiu menor da campanha do ano passado, com encolhimento de sua bancada na Câmara dos Deputados e a perda do Governo de São Paulo. 

O fato de ter conquistado um deles terá de demonstrar sua capacidade para conquistar o cargo. “Como aliados, a gente tem tratado todos de maneira isonômica. Igual. E é a capacidade, habilidade e empatia que cada um desses pré-candidatos vai ter de ter com os pares. O governo está acompanhando, mas respeitando todos os pré-candidatos.”

REUNIÃO

Riedel enxerga como disputa natural e diz que aqueles que pleiteiam os cargos são aliados e da base, por isso se isentaria de alguma forma. Nos bastidores, o posicionamento é visto como forma de evitar desgaste. Porém existem rumores de que o governador Riedel se reunirá com a bancada na quarta-feira (25), onde também poderá estar presente Reinaldo Azambuja, mas extraoficialmente. 

Há quem diga que os deputados estejam de certa forma “pressionando” as lideranças tucanas a intervirem com o pedido de reunião. Ao jornal O Estado, três possíveis datas já foram indicadas como possíveis de reunião; a mais recente diz que o tal encontro será na sexta-feira (27). Também, há rumores de que Reinaldo pode “dar um basta” na disputa mesmo sem fazer reunião.

Interessada no cargo, Mara Caseiro disse ao jornal O Estado que vai insistir no consenso em seu nome. “Já dei meu voto de confiança para o Paulo Corrêa para presidente, e para o Zé Teixeira como primeiro secretário na eleição da Mesa passada, entendo que seria da parte deles a retribuição da mesma confiança que depositei neles, ele votarem em mim neste pleito.” Gerson Claro (PP) é o favorito a assumir a presidência até este momento. “A disputa é natural, mas a gente entende que o consenso é o ideal. 

Agora cada um vai buscando uma maior aproximação. Como estamos nos aproximando do pleito, os parlamentares que ainda não tinham decidido começam a esboçar os rumos e pensamentos.” Caso Azambuja não consiga o consenso entre os parlamentares, os nomes serão dispostos e haverá votação na Assembleia Legislativa, fato esse que não ocorre há pelo menos 28 anos. Em contato com a assessoria do PSDB-MS foi dito que ainda não há uma data oficial para a reunião.

 

Por Rayani Santa Cruz – Jornal O Estado.

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