“Sou contra a volta de qualquer imposto”, diz Nelson Trad

Julia Renó

Em meio às discussões sobre a reforma tributária e a possibilidade de retorno do CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), o senador Nelson Trad (PSD) e o deputado federal Dr. Luiz Ovando (PSL) declararam apoio a medidas que reduzam os impostos da população. Ambos são favoráveis à reforma e alegam que os estados e municípios serão beneficiados. Com relação à criação da nova contribuição, Trad relatou oposição.

Ele pondera que o Brasil já possui muitos impostos, sendo este o motivo da necessidade da reforma e, portanto, ele é contrário à criação de qualquer tipo de cobrança tarifária. “Sou contra a volta de qualquer imposto. O Brasil já está por aqui de imposto, daí a necessidade da reforma tributária, para unificar tudo e fazer o país crescer com mais gente investindo nele”.

Sobre a reforma tributária, o senador sul-mato-grossense argumenta que a mudança deve ser feita junto à rediscussão do pacto federativo, de modo que contribua para a melhor distribuição dos recursos entre os estados e municípios, onde os problemas da sociedade são mais evidentes. “Hoje, a cada 100 reais de imposto que você manda para a União, 60% fica lá, 30% fica no estado e 10% só para o município. Essa lógica tem que ser invertida, por que onde que acontecem os problemas? Na cidade que você mora”, ressalta.

O mesmo posicionamento é apresentado por Dr. Luiz Ovando, que defende a concessão de maior liberdade aos municípios. De acordo com ele, a reforma deve ser aprovada sem problemas, tendo em vista o caráter técnico e não ideológico da matéria, no entanto, reforça que a sua total implementação é demorada e pode variar entre 10 e 50 anos.

Recriação da CPMF

Após declarações do ministro Paulo Guedes sobre a volta de um imposto sobre transações financeiras, o presidente Jair Bolosonaro (PSL) afirmou, na quinta-feira (22), estar disposto a uma conversa sobre o tema. A ideia é que a nova medida, batizada de Contribuição Social sobre Transações e Pagamentos (CSTP), seja baseada no modelo do CPMF e desonere a folha de pagamento dos trabalhadores.

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