Simone Tebet acredita que ‘pandemia política’ atrapalha o país

A presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Simone Tebet (MDB-MS), disse que o Brasil está passando por um momento de colapso, de “pandemia política”, mas não vê, ainda, risco de ruptura democrática. Ela fez o comentário em live para o site El País, nesta semana.

democracia, Tebet afirmou que as instituições têm mecanismos para defesa. “O presidente Bolsonaro hoje está no sinal amarelo. Ninguém apoiaria a ruptura da liberdade. Ainda há tempo para um freio de arrumação”, disse ao afirmar que o presidente se elegeu como representante do antissistema, mas que não consegue avançar o sinal vermelho porque não teria apoio para suplantar os limites constitucionais. Para Simone, as Forças Armadas estão compromissadas com o país e não apoiariam a “intervenção militar com Bolsonaro”, como defendida por alguns.

Em referência ao movimento #somos70%, Simone Tebet acredita que, na verdade, são muito mais os brasileiros que defendem a democracia. “Não somos 70, somos 90”, disse. Em sua visão, boa parte das pessoas elegeram Bolsonaro por causa da pauta anticorrupção e não concordam com uma intervenção militar.

Para Simone, o momento exige o retorno aos trabalhos presenciais no Congresso. Ela lamentou que as sessões virtuais já estejam ocorrendo há cerca de 90 dias. Simone propõe a volta presencial respeitando as orientações sanitárias, com equipe reduzida e cuidado com aqueles que estariam em grupo de risco em caso de contaminação pela COVID-19. “Estar de portas fechadas neste momento de pandemia política é ruim. Precisamos debater ideias e estar atentos a qualquer possibilidade de escalada autoritária. Nós temos de estar no plenário presencial”, defendeu. Ela acredita que seria possível retomar em 30 dias.

A senadora acredita que no pós-pandemia haverá outro olhar para função do Estado. Ela defende a manutenção da linha mais liberal, o controle de gastos, as reformas (especialmente, a tributária), a responsabilidade fiscal, mas acredita que o Estado não poderá continuar sendo visto como o grande vilão e terá de apoiar os cerca de 40 milhões de brasileiros em situação de vulnerabilidade social.

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(Texto: Andrea Cruz/Publicado por João Fernandes)

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