Saída de Mario Cesar pode dar lugar a filiado do PP, no Executivo

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Indicação ao cargo pode gerar reviravolta no cenário político e na disputa à prefeitura, em 2024

A saída de Mario Cesar (MDB) do cargo de secretário de Governo de Campo Grande, definida na noite de ontem (19), pode estar relacionada a uma nova articulação política da prefeita Adriane Lopes (Patriota) com o partido Progressistas. A prefeita recebeu um convite para se filiar ao partido, sob a tutela da senadora Tereza Cristina, o que poderia ter influenciado na decisão de Cesar deixar o Executivo. Nos bastidores, o nome cogitado para assumir a cadeira é do vereador João Rocha (PP). As informações sobre o pedido de exoneração de Mario César circularam ontem (19) e lideranças do MDB confirmaram que ele está perto de deixar o posto.

Nos bastidores, o nome do vereador João Rocha, do Progressistas, tem sido amplamente cogitado para assumir a pasta de Secretaria de Governo. A possível entrada de um representante do Progressistas, no alto escalão da administração municipal, indica uma mudança de alinhamento político por parte de Adriane Lopes, o que poderia ter um impacto significativo no cenário eleitoral, no ano que vem. Além disso, fontes próximas ao casal revelaram que o marido da prefeita, o deputado estadual Lidio Lopes, vem realizando diversas articulações políticas, visando a futura reeleição de Adriane Lopes.

O casal afirma ter recebido convites para filiação de partidos conservadores, como o PL, Republicanos e o Progressistas, demonstrando uma possível aproximação tais essas legendas. No entanto, o vereador João Rocha preferiu evitar comentários sobre o assunto e manter cautela quanto às especulações em torno de sua possível nomeação. “Sendo convidado, preciso saber qual o projeto e ele precisa estar alinhado também com o PP.”

O vice-presidente do PP-MS, deputado federal Luiz Ovando, disse, ao jornal O Estado, que o nome de João Rocha é excelente, pois ele já foi presidente da Câmara de Campo Grande por duas vezes, tem experiência. “Com certeza, se a prefeita convidá-lo nós seremos, até certo ponto, prestigiados, porque, na verdade, o grande prestígio seria da gestão dela em contar com um quadro qualificado como o do vereador João Rocha.”

O parlamentar indica ainda que o nome do futuro secretário de Governo será um indicativo dos passos políticos partidários da prefeita. “A gente concorda, caso ela decida trilhar por esse caminho. A prefeita ainda não tomou a decisão para qual partido vai. Certamente, ela usará esse cargo para contemplar e acenar a possibilidade de ir para algum lado, em termos de legenda partidária.”

O deputado Lídio Lopes foi contatado, mas não respondeu, até o fechamento da matéria.

 

MDB e exoneração

O fato de Mario Cesar pertencer ao MDB, partido que, recentemente, expôs aliança com o PSDB, visando as eleições municipais de 2024, também pode ter contribuído para sua saída do governo municipal.

Essa aliança coloca o MDB em uma posição menos vigorante, diante de um “acórdão” pré-eleitoral. Atualmente, o PSDB é parceiro do PP de longa data e este teria precedência em articulações políticas. Há várias hipóteses para 2024. Uma delas é de o PP se aproximar do governo de Adriane Lopes, posteriormente tentar trazê-la para o partido e consequentemente para a parceria com o ninho tucano, para concorrer, ano que vem. Nisso, o MDB estaria entre os parceiros aliançados. 

Outra situação que pode ocorrer, já que no mundo político nada é impossível, é de o  MDB se firmar junto ao PSDB e concorrer às eleições em uma chapa majoritária, com o deputado Beto Pereira (PSDB) contra a atual prefeita, Adriane Lopes. Em todos esses contextos, a permanência de César no cargo principal do governo municipal seria desafiadora.

Ele assumiu a pasta em 7 outubro de 2022 e demonstrava entusiasmo em contribuir para a gestão da prefeita. Na época, Mario César indicava que era necessário “dar a cara de Adriane para a nova gestão” após a saída de Marquinhos Trad. Porém, fontes próximas ao MDB indicaram clima de afastamento, já que há novas articulações em vista. César, que é servidor de carreira da prefeitura, deve retomar a função após entregar a carta de exoneração.

Em contato com Mario César via mensagem, ele apenas indicou uma matéria que falava sobre sua exoneração. Aguarda-se agora a confirmação oficial da saída de Mario César, as mudanças esperadas na equipe de governo e, futuramente, a filiação da prefeita a um novo partido. A reviravolta política em Campo Grande promete agitar o cenário político nos próximos meses, enquanto os partidos se preparam para as eleições municipais de 2024.

 

Quatro secretários podem perder os cargos

Em meio a essas movimentações políticas, a prefeita Adriane Lopes exonerou também a secretária de Gestão, Maria das Graças Macedo, entrando no lugar dela Evelyse Ferreira Cruz Oyadomari. As outras pastas em questão seriam a Secretaria de Saúde, Secretaria de Desenvolvimento e Secretaria de Ciência e Tecnologia. Caso se concretizem, essas mudanças poderão redefinir a estrutura administrativa do município.

 

Por Rayani Santa Cruz – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul.

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