Rodrigo Pacheco critica uso clandestino da Abin e defende punição de envolvidos

Foto: divulgação
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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), criticou duramente o uso clandestino da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), classificando-o como uma “deslealdade com a sociedade brasileira”. As declarações foram feitas durante sabatina no 19º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, promovido pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).

As investigações da Polícia Federal (PF) miram aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e apontam a existência de uma “Abin paralela”. Pacheco enfatizou que, se os apontamentos da PF forem comprovados, os responsáveis devem ser considerados “traidores da pátria” e devem receber uma “efetiva punição”.

“A se confirmar isso que aconteceu na Abin, a partir da prova do processo, é algo realmente muito grave e, de fato, se, no passado, já se falou nesse nível de acontecimento como pessoas alopradas, eu reputo que são mais traidores da pátria do que aloprados”, afirmou Pacheco.

Questionado sobre a possível falha do Legislativo na fiscalização da Abin, Pacheco negou, afirmando que “houve uma sofisticação” na capacidade de “contaminar uma instituição como a Abin”. Ele ressaltou que mesmo os membros corretos e honestos da agência, assim como sua direção, podem ter sido traídos.

Em relação à Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI), Pacheco afirmou: “não imagino no que a CCAI, no pleno exercício de suas funções, poderia fazer para evitar um acontecimento deste tipo. A rigor os próprios membros da Abin, que são corretos e honestos, a própria direção dela, em algum momento pode ter sido traída”.

A quarta fase da Operação Última Milha, deflagrada na última quinta-feira (11), investiga nomes do clã Bolsonaro e aliados por montar uma “Abin paralela” para monitorar ilegalmente a localização de celulares de autoridades públicas, policiais, juízes e jornalistas, entre outros considerados adversários políticos ou desafetos do então governo. Segundo a PF, a organização criminosa criou perfis falsos e divulgou informações fraudulentas na internet, além de acessar ilegalmente computadores, aparelhos de telefonia e infraestrutura de telecomunicações para monitorar pessoas e agentes públicos.

O deputado federal e ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem (PL-RJ), um dos envolvidos, afirmou se tratar de uma trama política. Pacheco, por sua vez, caracterizou a suposta organização criada para monitoramento como “um uso clandestino e marginal para perseguir pessoas”.

 

Com informações do SBT News

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