Reinaldo anuncia troca do PSDB pelo PL, mas prioriza reeleição de Riedel

Eduardo Riedel e Reinaldo Azambuja - Foto: Arquivo
Eduardo Riedel e Reinaldo Azambuja - Foto: Arquivo

Após 30 anos de filiação ao PSDB, o ex-governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), confirmou publicamente sua saída do partido. Em entrevista concedida ao Programa Tribuna Livre, da FM Capital, nesta segunda-feira (28), Azambuja anunciou que está com “99%” de sua decisão tomada para se filiar ao Partido Liberal (PL), atendendo a um convite direto do ex-presidente Jair Bolsonaro e do presidente da sigla Valdemar Costa Neto. A reeleição do atual governador Eduardo Riedel (PSDB) será, segundo ele, o principal compromisso no novo partido.

Azambuja também comentou que sua possível ida ao PL já vem mobilizando lideranças em todo o estado. Segundo ele, mais de 30 dos 44 prefeitos no Estado filiados ao PSDB demonstraram intenção de acompanhá-lo na mudança de partido, o que evidencia a força política da transição e amplia o impacto da reconfiguração partidária em curso.

O projeto de Reinaldo Azambuja dentro do PL é formar um partido competitivo e alinhado à centro-direita, com estrutura suficiente para eleger possivelmente dois senadores, ampliar a bancada federal e dobrar o número de deputados estaduais em Mato Grosso do Sul. Atualmente, o PL possui três cadeiras na Assembleia Legislativa, e Azambuja projeta chegar a seis ou sete. “Não é para subtrair ou dividir. É para somar e multiplicar”, afirmou, deixando claro que não pretende tomar espaço de ninguém dentro da legenda.

O ex-governador tem mantido conversas com deputados, prefeitos e vereadores, incluindo nomes como João Henrique Catan (PL) e Marcos Polon (PL), parlamentares que foram oposição. Segundo ele, o diálogo com Catan foi tranquilo, com foco na reeleição de Eduardo Riedel, que considera prioridade do projeto. “Não dá para ir ao PL e ser adversário do governador”, afirmou. Já sobre Polon, informou que pretende conversar com ele em breve. Azambuja destacou que vem tratando essas articulações com franqueza e respeito, ciente de que divergências fazem parte da política.

Ao ser questionado sobre o futuro do PSDB, Azambuja reconheceu a necessidade de reinvenção da sigla. Não descartou uma possível fusão, federação ou incorporação com outras legendas, como MDB ou Republicanos, e apontou que, embora o PSDB ainda seja o maior partido do estado, precisa se atualizar para continuar relevante. “O PSDB tem um capital político, mas não é inteligente manter um partido isolado. Estamos em diálogo com prefeitos, vereadores e lideranças para garantir que ninguém fique pelo caminho”, declarou. Reafirmou ainda que não deixará aliados desamparados, especialmente os vereadores que não terão janela partidária aberta em 2026, garantindo que todos que caminham com ele serão acolhidos dentro do novo arranjo político.

Mesmo cotado para disputar uma vaga ao Senado, Azambuja disse que esse tema será tratado com cautela e que qualquer decisão passará pelo grupo político que articula com o ex-presidente Jair Bolsonaro e com as lideranças locais. “Se eu for candidato, será por esse grupo. Mas minha prioridade é ajudar a construir esse projeto. O que decidimos, quem define, é a urna, não é pesquisa nem vaidade”, destacou.

Durante a entrevista, Azambuja rompeu com o então silêncio que vinha mantendo sobre as acusações e medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem defendeu classificando-o como “injustiçado”. Ele também criticou o papel do Judiciário no processo eleitoral, afirmando que há desequilíbrios que precisam ser corrigidos. Para Azambuja, Bolsonaro continua sendo o nome do grupo para a eleição de 2026, desde que esteja juridicamente apto. “Ele não tem condenação. O Lula estava preso e voltou a ser candidato. Por que o Bolsonaro não poderia? Precisamos restabelecer o equilíbrio entre os poderes”.

Por Brunna Paula

 

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