Redução da chapa de vereador deixa eleição mais competitiva

Foto: Isaias Medeiros
Foto: Isaias Medeiros

A redução do teto de número de candidatos a vereador representa um desafio significativo para os partidos políticos, no ano que vem. A nova regra já está em vigor e será aplicada pela primeira vez para o pleito municipal em 2024. Diferente das disputas passadas, em que cada partido podia apresentar uma lista de nomes condizente com o total de vagas nas Câmaras de Vereadores mais a metade (150%), agora cada sigla ou federação terá como teto a inscrição do total de cadeiras mais um (100% mais um).

Em Campo Grande, por exemplo, onde a Câmara é composta por 29 vereadores, cada legenda poderá apresentar, no máximo, 30 candidatos. Antes da mudança (2020), o PSDB, por exemplo, teve 43 candidatos e o MDB, 40. Mas, na próxima eleição, cada partido poderá lançar 30 candidatos, sendo 1/3 de candidaturas femininas, ou seja, 10 candidatas mulheres e 20 candidatos homens. Apesar do desafio, para a maioria dos dirigentes regionais e estaduais dos partidos, a mudança nas regras é considerada positiva. Além disso, todos concordam que o pleito será mais competitivo em 2024.  

“Não vão sobreviver mais as legendas que não tiverem chapas constituídas com lideranças fortes, que têm voto e, o exemplo já foi a eleição passada, que não permaneceu a mesma regra, que vai valer para 2024. Foi notável que o PSDB elegeu 6 deputados estaduais. A Lia teve 15.200 votos e hoje ela é deputada com mandato. E, nós tivemos deputados que se candidataram em outras legendas, que fizeram 24 mil votos, 18 mil, 17 mil, 14, 15 e não foram eleitos, por quê? Porque a legenda era fraca. Hoje, a inteligência nos indica construir legendas fortes e legendas fortes são aquelas em que há candidatos competitivos”, disse o presidente estadual do PSDB, Reinaldo Azambuja, em coletiva recente. 

Para o vice-presidente do diretório municipal do PSDB em Campo Grande, Marcelo Miranda, a mudança será positiva. “Acredito que será positivo, mas será necessária uma grande participação dos delegados para a definição de uma chapa de vereadores competitiva e representativa. Acredito que, por termos um candidato forte para prefeito, isso ajudará muito no sucesso para uma bancada ampla de vereadores”, opinou.

 

Faltará vagas

Segundo o ex-presidente do diretório estadual do MDB, deputado estadual Junior Mochi, além de mais competitivas, vai faltar vaga para todos os que desejam ser candidatos. “Todos os partidos terão que se adequar e, eu acho isso uma boa ideia, pois qualifica-se a pessoa, não precisa ficar pegando candidato ‘a laço’, como a gente diz, na gíria popular. Acho que todos os partidos irão se adequar e, acima de tudo, o que é mais importante, é que vamos ter candidaturas mais competitivas. Quando se reduz o número, há candidaturas competitivas. Antes, quando tinha-se um número maior, corria-se atrás, porque 50, 100, 500 votos que um candidato tinha, mesmo não sendo eleito, ele ajudava muito na legenda. A disputa vai ser maior, sem sombra de dúvidas. Acho que fortalece os partidos, quando há o número de vagas reduzidas muitos querem vir e não vai ter vaga para todo mundo, porque também reduziu-se o número de partidos, com essas fusões, incorporações. Essa decisão, acho que foi acertada.” 

Em linha semelhante de pensamento, o presidente do diretório regional do PT, Vladimir Ferreira, diz que “particularmente, acho que a redução exige uma qualificação maior das chapas, do ponto de vista eleitoral. Mas os partidos ou federação, que é o nosso caso, que se organizar, com certeza irão eleger. A tendência é que as vagas fiquem concentradas em poucos partidos ou federação”, ponderou. 

O presidente do diretório estadual do PP (Partido Progressista), Marco Aurélio Santullo, também se declarou favorável às mudanças ocorridas. “É muito boa a redução e principalmente a proibição de coligações na proporcional.”

O cientista político Tércio Waldir de Albuquerque afirma que “O critério que o partido vai adotar é que precisa ser bem desenvolvido, porque não é só a legislação eleitoral, mas o que o partido precisa levar em conta é quantos, dos seus possíveis e pré-candidatos ou pretensos candidatos, vão agregar votos suficientes, para que o partido tenha vantagem política e possa ocupar as cadeiras. Não adianta ter volume e não agregar votos. Vai ser um trabalho desenvolvido a partir das convenções e, obviamente, aqueles que detêm uma popularidade que gere voto terão preferência. E os partidos não podem esquecer que é preciso ter as cotas para negros, deficientes e mulheres”, finalizou.  

 

Por – Daniela Lacerda.

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