Projeto da Rota da Celulose, apresentado por Riedel, vai a leilão na B3 em dezembro

Governador Eduardo Riedel apresenta projeto aos deputados estaduais - Foto: Álvaro Rezende/Secom MS
Governador Eduardo Riedel apresenta projeto aos deputados estaduais - Foto: Álvaro Rezende/Secom MS

Concessão que liga Campo Grande à região do Bolsão mudará logística com estado de São Paulo

Os deputados estaduais receberam na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, o governador Eduardo Riedel que apresentou o projeto para a concessão das rodovias estaduais MS-040, MS-338 e MS-395 e trechos das rodovias federais BR-262 e BR-267, denominada Rota da Celulose.

O projeto inclui os principais corredores pavimentados que ligam Campo Grande ao Estado de São Paulo, passando por sete municípios em área urbana e dois em área rural.

O presidente da Casa de Leis, deputado Gerson Claro (PP) pontuou que a Assembleia Legislativa está acompanhando o processo, por meio da Comissão de Serviço Público, Obras, Transporte, Infraestrutura e Administração. “O governador explicou o projeto de concessão, que abrange um total de 870,4 km de rodovias, fundamental para o plano de crescimento do Estado. Um projeto inovador, que irá gerar segurança aos usuários das rodovias e o avanço no ambiente de negócios. O Poder Público nem sempre tem condições de fazer os investimentos que vêm junto com o desenvolvimento, por isso essa parceria com a iniciativa privada é importante. Esse modelo de investimento tem o cuidado ambiental, sustentável e social”.

Entre os principais investimentos da concessão estão: ampliação da capacidade (acostamentos, terceira faixa, duplicação e via marginal), dispositivos em nível (entorno e entroncamento) e dispositivos em desnível (travessias cobre linhas férreas, contornos, viadutos, passarelas e passagem fauna). Todos concentrados majoritariamente nos primeiros oito anos de concessão.

Ao Jornal O Estado, o diretor administrativo do Setlog (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Estado de Mato Grosso do Sul), Dorival Oliveira informou que a categoria está acompanhando a pauta com atenção, mas que o acesso aso moldes contratados só ficarão mais claros após o contrato e lançamento na B3 (Bolsa de Valores do Brasil).

No entanto ele já destacou que um dos pontos do projeto que a princípio a categoria é contra a terceira faixa. “As rodovias precisam ser duplicadas, são rodovias muito antigas que foram construídas para circulação de veículos de outra época de pequeno porte e hoje a realidade e o volume aumentaram muito e defendemos a qualquer momento uma duplicação. Pois para a circulação de veículos de grande porte com veículos de passeio há necessidade criteriosa que seja duplicado. Já temos uma das tarifas mais caras do país para rodovias que não nem duplicadas, algumas vias com terceira faixa, outras com sinalização, isso não vai reduzir o número de acidentes e nem melhorar a questão do transporte”, frisou.

Com relação a duplicação, estão previstas 96,3 km entre o acesso à planta industrial da Suzano (Ribas do Rio Pardo) e o início do perímetro urbano de Campo Grande. Além disso, a readequação de 3,2 km já duplicado dentro da Capital.

As cinco rodovias no projeto de concessão são predominantemente em pista simples, sendo que as federais possuem acostamento e as estaduais com afastamento de segurança. Em termos de terceira faixa, a estadual MS-040 é a única que possui um trecho, de apenas 11 km. Já as federais, são cerca de 40 km de extensão com a faixa adicional. A condição do pavimento é melhor da BR-262, já a MS-338 possui pior deterioração.

Conforme o projeto, entre o 2º e o 6º ano de concessão deverão ser implantados contornos urbanos em Ribas do Rio Pardo, Água Clara, Bataguassu e Santa Rita do Pardo.
No trecho urbano de Campo Grande, serão investidos 11,1 km de marginais. Deverão ser duplicados 13,5 km da BR-267, entre o Distrito de Porto XV de Novembro e o contorno de Bataguassu.

Sobre os contornos viários destacados no projeto de Riedel, o diretor do Setlog afirma que medida é mais que necessária. “Nessas cidades menores a rodovia passa por dentro das cidades, e isso confunde muito o trânsito urbano, gera acidente e atraso nas operações. Em Ribas do Rio Pardo demora meia hora para cruzar uma parte pequena da cidade, sem contar a insegurança para população. O contorno urbano é necessário antes de falar de atualizar uma rodovia, todas as cidades já deviam estar preocupadas em seu plano diretor de tirar as rodovias de dentro da cidade”.

Já sobre as marginais que receberam investimento em Campo Grande, Dorival Oliveira fala sobre dúvidas devido a divisão de atribuições de concessões. “Elas dão acesso a rodovia e precisam de manutenção, mas por não fazerem parte da rodovia, ficam sem manutenção, pois não são de responsabilidade federal. “Não sei se vai funcionar, porque a marginal só funciona dentro da cidade, mas se está se cogitando desviar o trânsito da cidade com aneis rodoviários, não faz sentido falar em marginal”

Investimento
De acordo com o governador Eduardo Riedel, as rodovias vão receber investimentos previstos em R$ 5,8 bilhões, para tornar o tráfego mais seguro aos usuários, melhorar o escoamento da produção e assim impulsionar a economia regional. “Será um dos maiores projetos (rodoviários) do Brasil e com um modelo dinâmico e flexível, ou seja, se aumentar o fluxo de carros acima do previsto, poderão ter novos investimentos”.

O próximo passo é o lançamento do edital das concessões (setembro) e o leilão está marcado para 12 de dezembro, na B3 (Bolsa de Valores do Brasil), em São Paulo.

Conexão
As próximas etapas serão o lançamento do edital e a realização do leilão em 12 de dezembro na Bolsa de Valores do Brasil, em São Paulo. A concessão será de 30 anos, em um trecho de 870 km de rodovias (estaduais e federais) que passa por nove municípios do Estado, entre eles Campo Grande, Ribas do Rio Pardo, Santa Rita do Pardo, Bataguassu, Água Clara, Três Lagoas, Nova Alvorada do Sul, Nova Andradina e Anaurilândia.

Compreende os seguintes trechos: MS-040, de Campo Grande a Santa Rita do Pardo (226,3 Km); MS-338, que liga Santa Rita do Pardo e o entroncamento com a MS-395 (60,1 Km); e MS-395, de Bataguassu ao entroncamento com a MS-338 (7,7 Km); além da BR-262, ligando Campo Grande a Três Lagoas (328,2 Km) e BR-267, de Bataguassu a Nova Alvorada do Sul (248,1 Km).

Neste pacote estão previstos 114,5 km de duplicações, 457 km de acostamentos, 251 km de terceiras faixas, 12 km de via marginal e 82 dispositivos, que vão proporcionar mais segurança.

Rota da celulose
Mato Grosso do Sul responde por 24% da produção brasileira da celulose no Brasil atualmente e pode ser o destino de ao menos quatro novos empreendimentos do setor da commodity até o ano de 2032.

Por Carol Chaves

 

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