Categoria não concorda com abono e comissão de deputados continua a negociar uma e solução
Continua o impasse entre os aposentados e pensionistas do Estado e o Governo de Mato Grosso do Sul, pois a categoria não aceita o pagamento do abono de R$ 300,00 conforme proposto pelo governador Eduardo Riedel, que inicialmente seria destinado a 4.000 servidores (que recebem até dois salários-mínimos) e que chegou a ser ampliado para 11.000, após reunião com os representantes da categoria com a Comissão de deputados estaduais.
Os pensionistas insistem na proposta que pede o fim do desconto de 14% cobrado na folha de pagamento. Na manhã dessa quinta-feira (13) em uma nova reunião no Gabinete da presidência da Assembleia Legislativa tratou-se do assunto e conforme avaliação de Ione Rojas, líder dos servidores, pouco avançou, o que deve levar a uma manifestação ainda maior na próxima semana, caso um acordo não venha a ser possível nas próximas reuniões com os representantes do governo.
Até mesmo entre os integrantes da Comissão da Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul), formada para intermediar a reivindicação dos aposentados e pensionistas, não há um acordo, pois enquanto Pedro Kemp demonstra um certo otimismo no avanço das negociações, Zeca do PT acha que o encaminhamento não passa pelo que já foi proposto pelo governo e Caravina defende uma negociação mais ampla.
“Essa proposta não atendeu à expectativa da comissão. Acredito que iremos avançar, pois o ponto positivo é que o governo está aberto para negociação”, disse Pedro Kemp (PT). Zeca, por outro lado, disse que “os ‘penduricalhos’ nos salários não resolvem, é preciso uma solução definitiva”. Já Pedro Caravina (PSDB) tentou explicar a resistência do governo em relação à proposta do fim do desconto de 14%. “Esse plano prevê a redução dessa dívida de R$ 11 bilhões para R$ 8 bilhões e, a longo prazo, até 2055, mantém o equilíbrio das contas. Por conta disso, o Estado vai aumentar o aporte patronal. Qualquer redução na alíquota vai contra esse plano”, salientou.
Hoje, representantes do Governo do Estado devem apresentar uma nova proposta à Comissão da Assembleia Legislativa, formada para intermediar reivindicação dos aposentados e pensionistas, que ainda não chegaram a um acordo. Caso não venha a ser obtido um consenso, a categoria já se prepara para uma grande manifestação na próxima terça-feira (19), inclusive com a mobilização de caravanas do interior do Estado. “Não tem como atender apenas uma parcela da categoria e deixar a maior parte na situação de dificuldade em que se encontra atualmente. Nós queremos o fim desse desconto de 14% e vamos aumentar a pressão sobre os deputados e o Governo do Estado”, afirmou a líder do movimento. “Esse abono, como foi proposto até o momento, não contempla nem 50% dos 26 servidores aposentados e pensionistas do Governo do Estado”, concluiu.
É importante lembrar que o projeto de Lei da Reforma da Previdência dos servidores estaduais foi aprovado por 16 votos favoráveis e 7 votos contrários, em apenas dez dias de tramitação na Alems, e foi sancionada pelo governador da época, Reinaldo Azambuja (PSDB). As manifestações, que já conquistaram apoio do Sindicato dos Policiais Penais, civis e militares, pede que o desconto da Ageprev seja exigido apenas aos aposentados que recebem mais de R$ 7 mil por mês, que é o mesmo teto imposto pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e isenção total, pelo menos, dos ex-servidores que sofrem de doenças crônicas.
Por Laureano Secundo
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