Operação Chiusura: Suplente do Podemos é preso em operação contra o tráfico e pode perder vaga

Ação apreendeu 17 veículos e 7 imóveis, além de sequestro de contas bancárias

Uma operação liderada pela Polícia Civil do Distrito Federal resultou no cumprimento de 19 mandados de prisão e 80 mandados de busca em apreensão em Brasília e em outras 12 cidades do Centro-Oeste, Nordeste e Sul do país. Em Campo Grande, a ação ocorreu no bairro Moreninhas, enquanto a prisão de Ronaldo Cardoso (Podemos), suplente ao cargo de vereador da Capital, foi preso no Rio Grande do Norte com demais envolvidos.

A Operação Chiusura realizou ofensivas contra o tráfico interestadual de drogas e lavagem de dinheiro de uma facção criminosa que movimentou cerca de R$ 300 milhões, no qual Ronaldo Cardoso, conhecido como Ronaldo do Cab estaria envolvido. Em Campo Grande, a operação, com apoio do apoio da Garras (Delegacia Especializada em Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros), ocorreu no CAB (Centro de Apoio aos Bairros), nas Moreninhas.

Ronaldo Cardoso mora há mais de 40 anos nas Moreninhas e era conhecido por ajudar os moradores. Nas eleições de 2024, quando se candidatou pela primeira vez a um cargo eletivo, ele conseguiu 1.163 votos, ficando como quarto suplente a vereador pelo Podemos.

Em nota, a presidente estadual do Podemos, senadora Soraya Thronicke informou que o partido aguarda esclarecimentos oficiais sobre, e caso confirmada as irregularidades, “eventuais medidas cabíveis serão analisadas nas instâncias partidárias”. “… Podemos reafirma seu compromisso inegociável com a ética, a transparência e o respeito às instituições […] Reforçamos, ademais, que a atuação de qualquer filiado não reflete, necessariamente, os valores do Podemos, que sempre defendeu uma política pautada pela integridade e pelo respeito à sociedade brasileira”, declarou. Em uma eventual expulsão do partido, Ronaldo Cardoso perde a suplência que pertence à legenda.

Organização criminosa

Conforme apuração da Polícia Civil do Distrito Federal, a organização criminosa contava com uma estrutura “altamente sofisticada e organizada, dividida em núcleos que operavam de forma coordenada no Distrito Federal e em diversos estados, incluindo Goiás, Rondônia, Mato Grosso do Sul e regiões do Nordeste”.

Ainda durante a investigação foi levantado que traficantes de Goiás que residem em Maceió/Alagoas, mantém negócios com o líder do PCC em São Paulo, Thiago Gabriel Martins, que é natural de Campo Grande e que se encontra preso na Bolívia desde 2023, quando foi capturado com granadas de uso restrito e uma aeronave carregada de cocaína. Segundo informações do Metrópoles, Ronaldo Cardoso seria um dos familiares de Thiago, usados como ‘testa de ferro’ da organização, se beneficiando dos valores repassados.

A organização pertence ao “Núcleo Sinaloa”, referência à facção criminosa mexicana que comanda o tráfico no país da América Central.

O grupo se valia da rede do tráfico da região de fronteira do Mato Grosso do Sul. “A rede adquiria drogas em áreas fronteiriças, assegurava o transporte seguro dos entorpecentes e distribuía as drogas no DF e em outros estados, além de realizar complexas operações de lavagem financeira”

Durante a ação que contou com apoio de forças de segurança de vários estados em todo o Brasil, foram apreendidos ainda, 17 veículos e 7 imóveis, além de sequestro de contas bancárias conforme determinada em ordem judicial. Uma dessas contas seria de uma Fintech digital oriunda de São Paulo, por onde foram feitas as operações que passam os R$ 300 milhões.

Os investigados passarão por julgamento e se for decidido pela condenação, eles estarão sujeitos ao cumprimento de penas que podem ultrapassar 30 anos de reclusão, em razão da prática dos crimes de integração em organização criminosa, tráfico interestadual de drogas e lavagem de dinheiro praticada de forma reiterada e estruturada, por meio de engrenagem criminosa voltada à ocultação de ativos ilícitos.

Por Carol Chaves

 

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