Novos prefeitos do interior assumem prefeituras com dívidas milionárias

Prefeitura de Dourados
Foto: Prefeitura de Dourados

Os novos prefeitos eleitos das cidades de Mato Grosso do Sul assumiram seus mandatos há apenas 15 dias, e em várias cidades do Estado, os gestores já se depararam com rombos milionários, que segundo eles, foram deixados pelos antecessores. Entre os municípios com dívidas, estão: Sidrolândia, Ladário, Dourados e Caarapó.

Em Dourados, o prefeito Marçal Filho (PP), declarou que encontrou a prefeitura em uma situação financeira muito difícil, afirmando, por exemplo, que não tem dinheiro para efetuar o pagamento de servidores. Entretanto, Marçal ressaltou que o salário dos colaboradores é prioridade, então, ele adotou algumas medidas para conseguir cumprir com essa obrigação.

“Suspendi pagamento de fornecedores, exonerei mais de 600 funcionários, demiti pessoas de cargos comissionados e as contratações estão paradas. Os secretários e secretárias estão me cobrando, dizendo que precisam contratar, mas no momento, não vamos contratar. Isso porque, honrar a folha de pagamento de quem está trabalhando é a nossa prioridade”, disse.

O atual prefeito ainda ressaltou que recebeu a prefeitura com os cofres quase vazios, sem dinheiro para pagamentos e obras. “Encontramos vários erros em relação a projetos prioritários, além de alguns que não são prioritários e vamos mudar! Precisamos analisar quais as maiores necessidades da cidade em relação a infraestrutura”, pontuou.

Caarapó
Já em Caarapó, a situação também não é diferente, sendo que a atual prefeita, Professora Lurdes, declarou que já no primeiro dia de trabalho no Executivo, se deparou com o que ela chama de dívidas milionárias. Segundo ela, as contas ultrapassam R$ 35 milhões, e o ex-prefeito, André Nezzi desmentiu a informação.

Recentemente, os dois parlamentares protagonizaram um bate-boca nas redes sociais, trocando acusações sobre as gestões. Lurdes alega que herdou R$ 35 milhões em dívidas, já Nezzi diz que deixou quase R$ 12 milhões em caixa, além de investimentos em obras na cidade.

A professora que foi eleita com 9.516 votos, declarou que se deparou com um débito milionário nos cofres da prefeitura. Entre as dívidas citadas pela prefeita, estão: falta de pagamento de fornecedores e prestadores de serviço, não pagamento da previdência dos servidores públicos, não pagamento da parcela do plano de saúde dos servidores, atraso de verbas salariais e falta de pagamento de empréstimos consignados dos servidores.

Em sua defesa, logo depois, André Nezzi também usou as redes sociais para esclarecer o que, segundo ele, são inverdades. Ele afirmou, que todas as dívidas estão devidamente parceladas, o dinheiro está devidamente investido, e ainda deixou quase R$ 12 milhões em caixa.

Além disso, o ex-prefeito acusou a atual gestora de realizar inúmeras nomeações em apenas 10 dias de trabalho, entre eles, diversos parentes, segundo Nezzi. A prática citada por ele, é chamada de nepotismo, e é vedada pela Constituição Federal, tendo em vista que contraria os princípios da impessoalidade, moralidade e igualdade.

“Se a prefeitura está com uma conta tão grande assim, como ela afirma, qual é a justificativa para nomear tantos funcionários? ”, questionou ele, lembrando ainda que a prefeita está convocando funcionários contratados, ao invés de convocar aprovados em concurso.

Sidrolândia
Em Sidrolândia, o prefeito Rodrigo Basso (PL), suspendeu, por 100 dias, o atendimento presencial na prefeitura do Município, alegando que, nesse período, todos os setores da prefeitura devem realizar um levantamento detalhado de sua situação financeira, patrimonial e de recursos humanos.

Basso solicita uma rígida contenção de despesas, com suspensão de contratações, aquisições, horas extras e concessão de benefícios. Também estão proibidas horas extras extraordinárias de trabalho, com exceção dos previamente autorizados. Os veículos oficiais também não poderão ser usados no fim de semana ou feriado, com exceção os serviços de coleta e conselho tutelar.

Basso ainda determinou a criação de uma comissão para coordenar os trabalhos de levantamento e análise dos dados, preparando um relatório a ser encaminhado ao TCE/MS (Tribunal de Contas do Estado).

Ladário
Em Ladário, assim que foi empossado, o atual prefeito Munir Sadeq (PSDB), publicou decretos que fecham a prefeitura durante todo o mês de janeiro, suspendem pagamentos, gratificações e até obras.

Neste período, o prefeito pretende fazer uma varredura nos setores de contabilidade, contratos, licitações e tributação em geral. Munir criou uma comissão para fazer um levantamento das dívidas e restos a pagar, que atuará nos primeiros seis meses. Esta comissão vai avaliar o que a prefeitura pagará dos serviços realizados até 2024 e que não foram quitados pela gestão anterior.

O novo prefeito ainda suspendeu, por quatro meses: a realização de obras pagas com recursos da prefeitura, o pagamento de notas de fornecedores de bens e serviços, pagamento e concessões de adicionais, gratificações e diárias; horas extras (exceto para serviços essenciais).

Por Tamires Santana

 

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