Nos 100 dias da Câmara, a atuação da prefeita na gestão municipal vira assunto principal

Vereador Papy mostra preocupação maior com situações agravantes diante da mudança de clima - 
Foto: Izaias Medeiros/CMC
Vereador Papy mostra preocupação maior com situações agravantes diante da mudança de clima - Foto: Izaias Medeiros/CMC

Vereadores apontam problemas relacionados a mudanças climáticas e falta de diálogo

 

A Câmara Municipal de Campo Grande completou 100 dias de atividades na sessão desta quinta-feira (10), marcada por articulações políticas, protagonismo institucional e cobranças à prefeita Adriane Lopes. Embora o balanço do Legislativo tenha sido considerado produtivo, com destaque para a abertura de uma CPI sobre o transporte coletivo e a obtenção de R$ 110 milhões da bancada federal para obras de infraestrutura, o desempenho da prefeitura foi o centro dos debates entre os vereadores.

Durante sessão solene, o presidente da Casa, vereador Epaminondas Neto, o Papy (PDSB), avaliou os 100 dias tanto da Câmara quanto da gestão municipal. Segundo ele, a cidade enfrenta um momento delicado.

“Tem pouca coisa a comemorar, para ser sincero. São 100 dias bem razoável. A cidade enfrenta muitos problemas, principalmente com o clima, as chuvas, a epidemia de doenças respiratórias. Ao mesmo tempo, percebo um esforço da prefeita Adriane no sentido de conter essas dificuldades. Mas, poucas coisas a comemorar nos 100 dias”, afirmou.

Sobre o desempenho da Câmara, Papy reconheceu que o Legislativo reflete o momento da cidade, mas ressaltou avanços. “Talvez o grande assunto do começo do ano tenha sido o anúncio dos R$ 110 milhões da bancada federal. Também tivemos a instalação da CPI do Transporte Coletivo, que era muito aguardada. Então, não há muito o que se comemorar, mas já demonstramos o protagonismo que queremos dar para esta Casa”, destacou.

Falta de respostas

O tom mais crítico veio por parte de diversos parlamentares que cobraram maior diálogo por parte da prefeitura. O vereador Landmarck (PT) foi direto ao denunciar a ausência de respostas às suas indicações e de outros colegas da Casa. “Parece que o vereador não existe nesta Casa. Nenhuma das minhas indicações foi respondida. Nós somos eleitos, representamos o povo e temos o direito de receber uma resposta. O ‘sim’ é uma resposta, o ‘não’ também é. O que não dá é para sermos ignorados”, protestou, em discurso incisivo.

A reclamação foi reforçada por números apresentados pelo presidente Papy. Segundo ele, dos cerca de 11 mil pedidos protocolados por vereadores, apenas 15 foram respondidos oficialmente pela administração municipal. “Essa disparidade é alarmante. O Legislativo está cumprindo seu papel, ouvindo a população e encaminhando demandas, mas esbarra em um silêncio que precisa ser corrigido. O diálogo entre os poderes precisa ser mais efetivo”, afirmou.

Ações e desafios para os próximos meses

Além das cobranças, alguns parlamentares destacaram o trabalho desenvolvido nesses primeiros meses. Projetos voltados à agricultura familiar, segurança alimentar, regularização fundiária, moradia e educação foram apresentados, além da atuação em parceria com órgãos estaduais e federais.

Com o encerramento simbólico dos primeiros 100 dias, a avaliação geral dos vereadores aponta para a necessidade de ajustes na relação entre os Poderes. O Legislativo busca mais reconhecimento e respostas do Executivo, enquanto tenta consolidar uma imagem de protagonismo e eficiência diante da população.

 

Por Brunna Paula

Confira as redes sociais do Estado Online no Facebook Instagram

 

Leia mais

Gabinete Itinerante levará vereador até a comunidade Jardinense

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *