No mês do orgulho LGBTQIA+, bares e casas noturnas em Campo Grande exibem cores da diversidade

Foto: Fotos: Divulgação/Setescc
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Na noite da última sexta-feira (23), a cidade de Campo Grande se iluminou com as cores vibrantes da bandeira LGBTQIA+. O centro estadual de cidadania LGBTQIA+, vinculado à Subsecretária de Políticas Públicas LGBTQIA+, saíram as ruas para promover conscientização e cidadania. Acompanhados pela artista drag, Amanita Amuscaria, a equipe do centro estadual de cidadania LGBTQIA+ distribuiu folhetos informativos, abordando os serviços disponíveis no centro e as ações realizadas pela subsecretária. Jonatan Espindola, coordenador do centro, destacou que o trabalho não se imita apenas ao mês do orgulho, mas que essa data é uma oportunidade para dialogar com a população.

“Procuramos bares e casas noturnas caracterizadas como LGBTQIA+ ou de maior abrangência, para marcar essa data tão importante para gente. É uma data de luta, de celebração, mas que também é uma forma de se aproximar a população tanto como instituição, Subsecretaria e o Centro Estadual de Cidadania LGBTQIA+, e falar dos serviços que são ofertados. Para toda a população saber que existe um órgão no Estado de Mato Grosso do Sul que está aqui para acolher, para atender nos casos de denúncia, nos casos de encaminhamento, de retificação de nome, se precisar de carteira de nome social”, pontuou Jonatan.

O primeiro estabelecimento a receber a ação foi o Mr. Hoppy, cujo proprietário, Sanderson Jorgensen, defendeu a conscientização e a divulgação de informações. Ela relembrou que no ano passado o bar foi palco de um crime de LGBTfobia.

“Houve uma situação em que uma pessoa foi presa por homofobia. Conduzimos o caso da melhor forma possível, e ações como essa são muito importantes para trazer apoio e fortalecer essa corrente. Acredito, que, gradualmente, podemos alcançar um mundo melhor” descreveu Sanderson.

Como homem homossexual, Sanderson, enfatizou que o respeito deve prevalecer, independente de cor, orientação sexual ou qualquer outra questão de gênero. A iniciativa recebeu elogios do público presente nos bares. Raíssa Cruz, uma auditora de 27 anos, destacou a importância de divulgar ações nos bares mais alternativos: “Estamos aqui no bar e as pessoas foram passando e falando sobre a ação e os serviços oferecidos à comunidade LGBTQIA+. Acho isso muito importante, especialmente nos bares mais alternativos, ao ser uma oportunidade de divulgar amplamente a ideia.”

 

Pamella Yule, professora, produtora cultural e atriz trans de 35 anos, reconheceu de longe as cores da bandeira e elogiou a iniciativa: “É uma ação incrível e demonstra que o poder público é representado por pessoas LGBT+, pessoas envolvidas na causa. Isso é fundamental para reduzir os casos de violência e preconceito.”

Pamella, como mulher trans, destacou a importância de se sentir representada em conteúdos que promovam a ideia de que ela pode estar onde quiser, mas também gerem reflexões. Ela compartilhou sua experiência pessoal: “Se eu passar deste ano, vou superar a expectativa de vida de uma mulher trans no Brasil. É uma questão de enxergar meu lugar, meu posicionamento onde vivo e o que represento para este lugar.”

 

Sobre o mês do orgulho

O dia 28 de junho foi adotado mundialmente como o “Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+”. Essa data é uma referência ao levante ocorrido em 1968, quando frequentadores do Stonewall Inn, um bar gay em Nova York, se rebelaram contra a violência e a perseguição policial sofrida pela população LGBTQIA+. Essa revolta se estendeu nos dias seguintes e marcou o início de um movimento pela igualdade de direitos.

Embora Mato Grosso do Sul seja reconhecido nacionalmente por suas políticas públicas voltadas à cidadania, equidade e inclusão da população LGBTQIA+, Jonatan Espíndola, coordenador do Centro Estadual de Cidadania, ressaltou que a batalha contra a LGBTfobia ainda não foi vencida.

 

“Ainda há muito a ser feito. Portanto, quando falamos em orgulho, não se trata apenas de um ato individual, mas sim de reconhecer tudo o que construímos até agora, nossa resistência e existência, e continuar lutando por um mundo em que ninguém mais sofra por amar quem ama e por ser quem é.”, concluiu Jonatan.

 

Serviço:

O Centro Estadual de Cidadania LGBT+ está localizado na Avenida Fernando Corrêa da Costa, nº 559, térreo, Centro – Campo Grande/MS.

Para mais informações, entre em contato pelo telefone (67) 3316-9183 ou pelo e-mail [email protected]. O horário de atendimento é das 08h às 11h e das 13h às 17h.

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