New York Times diz que militares são aliados do Bolsonaro nas Eleições 2022

Foto: Marcos Corrêa/Presidência da República
Foto: Marcos Corrêa/Presidência da República

O The New York Times publicou ontem (12) uma reportagem que diz que os militares tornaram-se os principais aliados do presidente do Brasil, Jair Messias Bolsonaro (PL) no que implica os questionamentos às eleições deste ano.

O principal jornal dos Estados Unidos, destaca várias vezes que as acusações feitas por Bolsonaro e por líderes das Forças Armadas ocorrem “apesar de pouca evidências de fraudes anteriores”, e que isso aumenta as já altas tensões sobre “a estabilidade da maior democracia da América Latina”.

A reportagem escrita pelo chefe da sucursal do NYT no Brasil, o jornalista Jack Nicas, relembra que os militares enviaram questionamentos ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sobre o pleito de outubro, e que eles receberam uma vaga no cômite da transparência das eleições “para aliviar os temores de que Bolsonaro havia despertado sobre a votação”.

A publicação ainda diz que o presidente brasileiro “tem falado com carinho” sobre a ditadura que o Brasil viveu entre 1964 e 1985, e que Bolsonaro “tem deixado claro como os militares respondem a ele”. Nicas também destaca uma fala de Jair, onde ele teria dito que autoridades eleitorais “convidaram as forças armadas a participar do processo eleitoral. Esqueceram que o chefe supremo das Forças Armadas se chama Jair Messias Bolsonaro?”

A matéria fala também que no mês passado, o comandante da Marinha do Brasil, Almir Garnier Santos, disse que apoiava a opinião de Bolsonaro. “O presidente da república é meu chefe, é meu comandante, tem o direito de dizer o que quiser”, disse a repórteres.

“Faltando pouco mais de quatro meses para uma das votações mais importantes da América Latina em anos, um confronto de alto risco está se formando. De um lado, o presidente, alguns líderes militares e muitos eleitores de direita argumentam que a eleição está aberta a fraudes. Do outro, políticos, juízes, diplomatas estrangeiros e jornalistas estão soando o alarme de que Bolsonaro está preparando o cenário para uma tentativa de golpe”, diz trecho da reportagem.

A reportagem ainda traça um paralelo entre as táticas adotadas por Bolsonaro e atitudes tomadas por Donald Trump após ter perdido as eleições de 2020. “As táticas de Bolsonaro parecem ter sido adotadas do manual do ex-presidente Donald J. Trump. Os dois homens refletem um retrocesso democrático mais amplo que se desdobra em todo o mundo”, diz.

Segundo o texto no NYT, o general aposentado do Exército, Sérgio Etchegoyen, que é próximo aos atuais líderes militares, teria chamado as preocupações com o golpe de alarmistas. “Podemos pensar que é ruim que o presidente questione as cédulas, mas é muito pior se a cada cinco minutos acharmos que a democracia está em risco”, disse Etchegoyen.

“Algumas autoridades americanas estão mais preocupadas com os cerca de meio milhão de policiais em todo o Brasil porque geralmente são menos profissionais e apoiam mais Bolsonaro do que os militares, de acordo com um funcionário do Departamento de Estado que falou sob condição de anonimato para discutir conversas privadas”, disse o jornal.

O The New York Times também questiona o papel das Forças Armadas no pleito brasileiro. “Como o apoio dos militares pode ser fundamental para um golpe, uma pergunta popular nos círculos políticos se tornou: se Bolsonaro contestasse a eleição, como os 340.000 membros das forças armadas reagiriam?”, indaga a reportagem.

De acordo com o jornal, “nos 37 anos da democracia moderna do Brasil, nenhum presidente esteve tão próximo dos militares quanto Bolsonaro”.

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