O senador Nelsinho Trad (PSD-MS), que é presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), defende que o Brasil seja neutro em relação ao conflito entre os Estados Unidos e o Irã. O senador pontuou em entrevista a Agência do Senado, que o país deve priorizar relacionamentos comerciais, além de se tornar um aliado da ONU (Organização das Nações Unidas) na busca pela paz.
“Eu entendo que o Brasil não deve tomar nenhum lado nessa questão do conflito entre o Irã e os Estados Unidos. O Brasil deve se tornar um aliado da ONU e procurar promover ações junto a esse organismo internacional no sentido de se buscar a paz e o entendimento”, explicou.
A morte do general iraniano Qassim Soleimani na última quinta-feira (2), em ataque perto do Aeroporto Internacional de Bagdá, no Iraque, criou tensão a nível mundial, e comentários sobre a aproximação de uma guerra foram inevitáveis.
Apesar do posicionamento ponderado do parlamentar sul-mato-grossense, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) comentou na semana passada, ser favorável a qualquer medida que combata o terrorismo, ao programa Brasil Urgente, da TV Bandeirantes. “A nossa posição é de nos aliarmos a qualquer país no mundo no combate ao terrorismo. Nós sabemos, em grande parte, o que o Irã representa para os seus vizinhos e para o mundo”, frisou.
“A vida pregressa dele (Qasem Soleimani) era voltada, em grande parte, para o terrorismo. Nossa posição aqui no Brasil é bem simples: tudo que pudermos fazer para combater o terrorismo, nós faremos”.
O Ministério das Relações Exteriores também emitiu comunicado onde não comentou sobre a morte do iraniano, mas deu apoio aos EUA, “à luta contra o flagelo do terrorismo”, e ao contrário da moderação do senador, o comunicado disse que “reitera que essa luta requer a cooperação de toda a comunidade internacional”.
Para o Brasil não é interessante a tomada de lado, pois, os dois países são parceiros comerciais. Segundo o senador Nelsinho Trad, o país poderia sair prejudicado caso haja uma intervenção e o momento é de se observar e não tomar partido, para não ter consequências negativas nas relações comerciais.
A previsão é de que o assunto seja debatido amplamente na Comissão em fevereiro, ao início dos trabalhos legislativos. “Esse é um assunto que deve constar na pauta de atividades e discussões pela gravidade que estamos observando e pelas repercussões, principalmente na área econômica”.
(Texto: Andrea Cruz)