Moraes determina perícia da PF para verificar possível Alzheimer em general Augusto Heleno

General Augusto Heleno durante depoimento na CPMI dos Atos Antidemocráticos aberta na Câmara Distrital do DF.   Foto José Cruz/Agência Brasil
General Augusto Heleno durante depoimento na CPMI dos Atos Antidemocráticos aberta na Câmara Distrital do DF. Foto José Cruz/Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal), determinou nessa segunda-feira (1º) que a Polícia Federal realize uma perícia médica completa para avaliar se o general Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), sofre de Alzheimer ou outra condição que justifique o pedido de prisão domiciliar humanitária apresentado pela defesa.

A PF terá 15 dias para concluir a avaliação e entregar um laudo detalhado ao STF. A decisão foi motivada, segundo Moraes, pela existência de “informações contraditórias” sobre o histórico clínico do general.

A perícia deverá analisar uma série de aspectos da saúde de Heleno, incluindo, histórico médico, exames laboratoriais, como função da tireoide e níveis de vitamina B12, avaliações neurológicas e neuropsicológicas, verificação da memória e outras funções cognitivas, o grau de limitação funcional, cuidados necessários para preservação da integridade física e cognitiva e a necessidade ou não de supervisão contínua.

Moraes também autorizou a realização de ressonância magnética, PET e outros exames de imagem, caso os peritos considerem necessário para confirmar ou descartar o diagnóstico de Alzheimer.

O general, de 78 anos, foi condenado a 21 anos de prisão em regime inicial fechado por participação na tentativa de golpe de Estado. Após o trânsito em julgado da ação, na última terça-feira (25), Heleno foi levado ao Comando Militar do Planalto, onde permanece preso. No exame de corpo de delito realizado na quarta-feira (26), ele teria informado que convive com Alzheimer desde 2018.

Contudo, após a determinação de Moraes, a defesa afirmou que jamais declarou que o ex-ministro tinha Alzheimer desde aquele ano e atribuiu a informação a um possível erro do perito responsável pelo registro.

Linha do tempo clínica apresentada pela defesa

Os advogados entregaram ao STF uma cronologia detalhada com o histórico de saúde mental do general:

2018 – Diagnóstico de transtorno depressivo grave; o quadro entrou em remissão em 2020;

2022 – Retorno de sintomas ansiosos e primeiras queixas cognitivas;

2023 – Início de falhas de memória de forma progressiva;

2024 – Avaliação neuropsicológica sugeriu possível processo demencial;

janeiro de 2025 – Diagnóstico definitivo de demência mista (Alzheimer e vascular), após ressonância, análise de líquor e testes cognitivos.

A defesa argumenta que o estado de saúde atual justifica a concessão de prisão domiciliar, pedido que só será analisado por Moraes após a conclusão da perícia determinada nesta segunda-feira. O laudo da Polícia Federal deverá confirmar ou não o diagnóstico e orientar a decisão final do ministro sobre o regime de cumprimento da pena de Augusto Heleno.

 

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