Após semanas afastado devido a um sangramento intracraniano, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, deve retomar suas atividades no Palácio do Planalto na próxima segunda-feira (6). Sua volta será em um momento de turbulência no mercado financeiro e discussões acirradas no mundo político, que aguarda definições sobre a reforma ministerial e o impasse em relação às emendas parlamentares.
Lula passou mal na noite de 9 de dezembro e foi transferido de Brasília para São Paulo, onde passou por duas cirurgias para tratar o sangramento intracraniano. Após receber alta hospitalar em 15 de dezembro, ele permaneceu em recuperação domiciliar até o dia 19 e, posteriormente, dividiu seu tempo entre o Palácio da Alvorada e a Granja do Torto, onde realizou reuniões de trabalho.
Uma das questões mais urgentes a serem enfrentadas por Lula é o impasse sobre as emendas parlamentares. O Supremo Tribunal Federal (STF), por decisão do ministro Flávio Dino, bloqueou grande parte dos recursos, liberando apenas o necessário para cumprir o piso de gastos com saúde. O Congresso, que acusa o governo de falta de apoio político na questão, decidiu não votar a Lei Orçamentária Anual de 2025 no fim do ano passado, obrigando o governo a operar com o chamado “duodécimo” neste início de ano.
A relação entre o governo e o mercado financeiro também está sob tensão. O aumento da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais, anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, causou insatisfação entre investidores. No último dia 2, o dólar foi cotado a R$ 6,16, refletindo a instabilidade. Apesar de ter demonstrado satisfação com os resultados na economia, Lula sinalizou, em reunião recente com ministros, a intenção de promover um entendimento com o mercado. Ele também gravou um vídeo ao lado do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reafirmando o compromisso de respeitar a autonomia da instituição.
Outro desafio no horizonte é a reforma ministerial prevista para o primeiro semestre de 2025. Durante um seminário do PT, Lula manifestou insatisfação com a comunicação do governo, sugerindo uma possível substituição do ministro Paulo Pimenta por Sidônio Palmeira, publicitário que coordenou sua campanha eleitoral em 2022. A reforma também deve considerar os resultados das eleições municipais de 2024 e reorganizar a base aliada para as eleições presidenciais de 2026.
Com informações da Agência Brasil
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