Na sexta-feira (16), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abordou a situação política da Venezuela em entrevista à Rádio Gaúcha, realizada em Porto Alegre. Lula descreveu o governo do presidente Nicolás Maduro como um “governo com viés autoritário”, afastando a classificação de ditadura, e destacou a necessidade de transparência nas eleições venezuelanas.
Lula reiterou sua posição de que só reconhecerá a vitória de Maduro ou da oposição se forem divulgadas as atas eleitorais e os dados comprobatórios dos resultados. A proposta do presidente de novas eleições, feita na quinta-feira (15), não encontrou receptividade por parte de Maduro, que rejeitou a sugestão.
“Eu acho que a Venezuela vive um regime muito desagradável. Não acho que é ditadura, é diferente de ditadura. É um governo com viés autoritário, mas não é uma ditadura como tantas que conhecemos neste mundo”, afirmou Lula, sem detalhar as distinções entre autoritarismo e ditadura.
Além de suas críticas ao regime venezuelano, Lula também comentou sobre o reconhecimento internacional do autoproclamado Juan Guaidó como presidente da Venezuela. Segundo Lula, a União Europeia e os Estados Unidos cometeram um erro ao apoiar Guaidó, que não era oficialmente o presidente da República. Ele citou o caso da reserva de ouro da Venezuela na Inglaterra, que foi colocada sob a guarda de Guaidó, como um exemplo da “precipitação” e “erro político” no tratamento da situação venezuelana.
O presidente brasileiro também abordou a recusa de Maduro em aceitar observadores internacionais para as eleições. Lula revelou que a Venezuela havia impedido a entrada de Celso Amorim, assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, para acompanhar o pleito. “Quando o Celso Amorim ia viajar para a Venezuela, eu fui informado que eles tinham pedido para ele ir à Venezuela. Então, eu mandei comunicar a eles que se o Celso Amorim não pudesse ir à Venezuela, eu ia comunicar à imprensa que eles estavam impedindo ele de ir”, disse Lula.
Em sua análise, Lula destacou a importância da Venezuela para o Brasil devido à proximidade geográfica e às relações comerciais, mencionando um superávit comercial significativo que o Brasil já teve com o país vizinho. “Temos quilômetros de fronteiras, é um país que o Brasil chegou a ter quase US$ 5 bilhões de superávit comercial”, concluiu o presidente.
Com informações do SBT News
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