Presidente Enfatiza a Necessidade de Tratar o Aborto como Questão de Saúde Pública
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou, na quarta-feira (26), uma forte crítica ao projeto de lei que equipara o aborto, mesmo em situações legalmente permitidas, após a 22ª semana de gestação a homicídio. Em entrevista ao portal UOL, Lula classificou o projeto como uma “carnificina contra as mulheres”.
“O que eu acho que aconteceu é que o projeto apresentado não era um projeto, era uma carnificina contra as mulheres, porque, na verdade, ele estava criminalizando a vítima. Estava querendo que a vítima pegasse tempo de cadeia maior do que o estuprador. Ainda bem, ainda bem que a sociedade se manifestou, graças a Deus, ainda bem que as mulheres estão indo para rua”, afirmou o presidente.
Lula destacou a diferença entre sua opinião pessoal e sua responsabilidade como chefe de Estado. Ele afirmou ser pessoalmente contra o aborto, mas entende que, na posição de presidente, o aborto deve ser tratado como uma questão de saúde pública. Ele ressaltou a disparidade social no acesso a procedimentos seguros, sublinhando a necessidade de intervenção do Estado.
“Eu, Lula pai, sou contra aborto. Mas como Chefe de Estado, eu tenho que tratá-lo como questão de saúde pública, porque uma madame que vai fazer um aborto, ela vai na clínica mais cara do mundo e ninguém nem sabe, enquanto mulher pobre tenta furar o útero com uma agulha de tricô. Eu conheço caso de mulher que pegava fuligem de fogão de lenha para tentar colocar na vagina para abortar. Quer dizer, é insano; então, o Estado tem que cuidar disso”, explicou Lula.
Lula lembrou que o debate sobre a interrupção da gestação não é recente e que sua posição em tratar o tema como uma questão de saúde pública data de 1982. Ele defendeu que o Estado tem a responsabilidade de proteger as mulheres e garantir que todas tenham acesso a cuidados médicos seguros e dignos, independentemente de sua condição socioeconômica.
O projeto de lei criticado por Lula provocou uma intensa reação da sociedade civil e mobilizações de grupos de defesa dos direitos das mulheres. A manifestação do presidente reforça a importância de abordar a questão do aborto sob uma perspectiva que considere tanto os direitos individuais das mulheres quanto a saúde pública.
Com informações do SBT News
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