Lira critica Carrefour e defende resposta firme a ataques contra o agronegócio brasileiro

Arthur Lira - Foto: Câmara dos Deputados
Arthur Lira - Foto: Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), classificou como “muito fraca” a carta enviada pelo CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. A declaração ocorre após a polêmica gerada pelo anúncio de que a empresa não comercializará mais carnes provenientes de países do Mercosul nas lojas da França. Para Lira, diante do “estrago de imagem” causado pelas declarações do executivo, o ideal seria um pedido de desculpas formal, reconhecendo a qualidade dos produtos brasileiros.

Após uma reunião com a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Lira anunciou que vai propor urgência para tramitação do projeto de reciprocidade econômica, de autoria do deputado Tião Medeiros (PP-PR). O texto visa proibir o Brasil de aceitar tratados comerciais que restrinjam as exportações nacionais sem que as mesmas regras sejam aplicadas reciprocamente.

“A conversa é de muita responsabilidade porque o projeto não se limita à União Europeia; ele estabelece freios e contrapesos em todas as relações comerciais do Brasil”, disse Lira. Segundo o deputado, o governo federal não deve se opor à matéria, que busca proteger o agronegócio e garantir justiça nas parcerias internacionais.

Se aprovada na Câmara, a proposta seguirá para tramitação conjunta com um texto semelhante em análise no Senado, de autoria do senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), relatoria da senadora Tereza Cristina (PP-MS).

Arthur Lira reforçou que o Brasil não pode minimizar o episódio envolvendo o Carrefour e criticou as recentes declarações de empresas francesas, como o próprio Carrefour e a Tereos. “Precisamos de uma postura firme contra essas narrativas de desinformação que desmerecem a produção brasileira. É temerário que o Congresso, o Itamaraty e o governo federal não se posicionem de forma contundente”, afirmou.

Ele também destacou que as receitas geradas pelo Carrefour no Brasil beneficiam diretamente a matriz francesa e argumentou que não há separação entre as duas operações. “O Carrefour francês não pode ser dissociado do brasileiro, porque os dividendos daqui vão para lá. Precisamos dar uma resposta à altura.”

Lira defendeu o rigor e a eficiência da produção agropecuária nacional, ressaltando a conformidade com o Código Florestal e o compromisso ambiental. “O que nos preocupa é o uso de narrativas equivocadas para desmerecer a nossa produção, algo que precisamos combater no Parlamento e no diálogo internacional, especialmente no contexto do acordo Mercosul-União Europeia”, pontuou.

O presidente da Câmara também cobrou maior mobilização dos países do Mercosul diante das críticas direcionadas ao bloco. Segundo ele, é essencial que as nações membros ajam de forma coordenada para proteger a reputação e a competitividade dos produtos agrícolas da região.

A votação do projeto de reciprocidade e a realização de audiências públicas no Senado estão previstas para o início de dezembro. Enquanto isso, o debate sobre o impacto das declarações do Carrefour no Brasil e no exterior segue em destaque no cenário político e comercial.

 

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