Indicado nesta quinta-feira (11), para assumir o Ministério da Justiça, o histórico do ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Lewandowski mostra sua duradoura relação com o governo esquerdista. O mesmo foi indicado em 2006 por Lula ao Supremo, quando era desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo. Ele foi recomendado por Márcio Thomaz Bastos, então ministro da Justiça e um dos homens fortes do governo à época.
Quando presidiu no Senado o julgamento do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), chancelou uma manobra regimental que fracionou a votação. Ele permitiu a votação em separado da perda de mandato de Dilma e da inabilitação para exercer funções públicas por oito anos. O Senado rejeitou a inabilitação, mantendo os direitos políticos da petista.
Com isso, apesar de ter que deixar a Presidência da República, Dilma não ficou impedida de exercer atividade política e pôde, por exemplo, concorrer ao Senado em 2018. No julgamento do mensalão, ele votou para absolver o ex-ministro José Dirceu e o ex-presidente do PT José Genoino, mas foi voto vencido.
Se seu voto tivesse prevalecido, o ex-deputado Roberto Jefferson também não teria sido considerado um colaborador nem teria sido beneficiado com o regime aberto de prisão.
Ganhou notoriedade também pelos embates com o relator do caso, Joaquim Barbosa, normalmente defendendo o que apontava como garantias constitucionais dos acusados e ampla defesa. Por isso, Lewandowski foi acusado pelo colega de parecer advogar para os réus e que estaria tentando obstruir o julgamento. Com os processos da Lava Jato, o ministro também deu decisões que favoreceram Lula.
Ele trancou, por exemplo, casos que tinham sido abertos na Justiça Federal no Paraná e autorizou que a defesa de Lula acessasse mensagens vazadas de integrantes da força-tarefa do Ministério Público Federal. Esse material deu início à derrocada da operação.
Com informações da Folhapress
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