Governo de MS socorre pecuária e garante alternativas de escoamento

Cenário de terra arrasada: cursos d’água secos e a biomassa acumulada pegando fogo no Pantanal de Corumbá

As ações do Governo do Estado no combate aos focos de calor no Pantanal e o acompanhamento sistemático das condições de navegabilidade no Rio Paraguai, que tem prejudicado as exportações via hidrovia pelo Atlântico, tem sido fundamentais para reduzir os impactos ambientais, na qualidade do ar e econômicos no bioma pantaneiro e garantido alternativas seguras de escoamento de commodities.

A situação de emergência rural, que está sendo analisada pela Secretaria Nacional de Defesa Civil para receber o crivo federal, levou em consideração o aumento das causas de doenças respiratórias e aos indicadores climáticos, que preveem uma estiagem longa e extrema. A medida beneficia diretamente os produtores rurais do Pantanal, os quais estimam, com a seca e as queimadas, prejuízos com a falta de pasto e queda de produção do rebanho bovino.

“Mais uma vez o governador Reinaldo Azambuja atende a classe pantaneira”, afirma Luciano Leite, presidente do Sindicato Rural de Corumbá. “Com esse decreto, estamos pleiteando uma linha de crédito especial para compra e retenção de matrizes e infraestrutura, além da prorrogação de financiamentos”, afirma. “O decreto veio em boa hora, socorrendo uma pecuária que hoje abastece o mercado com bezerros e emprega milhares de pessoas.”

Boas estradas

A falta de chuvas no bioma pantaneiro, que depende das águas das cabeceiras dos rios da bacia, afeta também outro setor primordial da economia regional: as exportações de grãos e minério de ferro pelo Rio Paraguai. O titular da Semagro estima que o baixo nível do rio, em queda diária, impedirá a saída de 40% do volume de soja previsto dos portos de Porto Murtinho este ano. Há riscos de suspensão da navegação de grandes comboios.

Com a gestão do Estado na manutenção e recuperação permanente das principais rodovias pavimentadas e de revestimento primário que integram o eixo de suporte ao sistema produtivo, segundo Jaime Verruck, Mato Grosso o Sul evita um colapso no escoamento das exportações de commodities direcionadas à hidrovia. “As exportações pelo rio estão comprometidas e as boas estradas vão minimizar prejuízos expressivos ao setor”, aponta.

“Vamos ter efeitos em outros setores, como no turismo e na produção pecuária do Pantanal. O nosso governo tem mantido uma política de apoio a estas atividades produtivas, além de monitorar toda a questão da preservação ambiental e da biodiversidade”, disse Verruck. Em relação à mineração, ele adiantou que a Vale deve escoar mais de 1 milhão de toneladas de minério das jazidas de Urucum por rodovias, devido às restrições na Hidrovia do Paraguai.

Com a meteorologia indicando chuvas somente a partir de setembro na região pantaneira, os pecuaristas já recorrem a construção de açudes e poços artesianos para garantir água ao rebanho. A seca impacta a agroecologia, onde o estresse hídrico da pastagem, nativa ou plantada, afeta a condição nutricional do gado, segundo Carlos Padovani, pesquisador da Embrapa Pantanal. “E mesmo a dessedentação do gado pode ficar comprometida”, afirma.

O pesquisador estima que a seca deste ano será uma das piores dos últimos 50 anos. Segundo ele, o volume de chuvas, entre outubro de 2019 e março de 2020, foi menor em 40% em relação a média das precipitações para o período. O pico do Rio Paraguai, na régua de Ladário, foi de 2,06 metros, em 14 de junho, e o processo de vazante em andamento deixará o rio em situação crítica, podendo alcançar a cota zero ou negativa em meados de outubro.

(Texto: João Fernandes com assessoria)

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