Governador acha inadmissível disputa territorial pela força

Governador Eduardo Riedel, em entrevista antes de sair de férias de fim de ano.| Foto: Secom-MS
Governador Eduardo Riedel, em entrevista antes de sair de férias de fim de ano.| Foto: Secom-MS

“É inadmissível a prática, ainda, da disputa territorial pela força, pela invasão, pelo conflito, seja de que movimento for. Eu acho que, na atualidade, não cabe mais isso”, disse Eduardo Riedel. Esta declaração foi dada pelo governador, em entrevista na rádio Capital, nessa sexta-feira (22). O assunto, durante essa fala, foi a ausência dos movimentos sociais na primeira reunião da Frente Parlamentar Invasão Zero, criada pela Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul), no dia 20 de dezembro.

Entre os participantes presentes na reunião, estavam a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) e Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública). Não compareceram representantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra), Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígena), ou Cimi (Conselho Indigenista Missionário). “Muito triste, viu! Realmente, é uma das coisas que mais me preocupam, aqui, no Estado, é isso”, complementou Riedel, referindo-se à ausência nos diálogos dos representantes dos movimentos.

Ainda na entrevista, o governador falou sobre o problema da falta de água nas aldeias indígenas, um desafio que, na sua visão, deve ser abraçado por todos os entes federativos. Segundo Riedel, o problema é muito mais complexo e envolve várias questões. Mas, ele anunciou que já tem um projeto com recursos na ordem de R$ 42 milhões, que será realizado.

“Água nas aldeias é um problema central. Eu visitei todas, na campanha. Aonde tem esses problemas, acabamos de fazer um projeto agora, R$ 42 milhões, para dar um exemplo, ali, em Dourados, nas aldeias Jaguapiri e Bororó. Nós lidamos também com uma situação que já aconteceu antes e a água acabou porque lá tem lava jato, dentro da aldeia, tem criação de animais, usando a água, tem desvio disso e daquilo. De quem que é o problema? De quem que é a solução? Quem é o responsável? Olha quão complexo é lidar com situações assim. A gente tem que lidar. Eu acho que a resposta objetiva para essa questão é o Estado entrar nessas comunidades, participar ativamente da busca de soluções em conjunto que dá legitimidade, transferir responsabilidade sim e criar um sistema de governança para aquilo que dê o mínimo de garantia para a perpetuação desse programa”, ponderou o governador.

Reforma tributária

“A reforma é um processo longo, que foi longo, mais de 30 anos no Congresso, doído e necessário, na minha visão”, declarou Riedel.

“E agora? Dizer que essa travessia vai ser fácil? Não. Dizer que a reforma que está aí, agora, é o céu. Longe disso. É uma série de questões, de problemas que nós vamos ter que enfrentar. Mas eu não acredito que as mudanças venham sem passar por essas dores, ao longo do tempo. Para o Estado, foi uma decisão difícil que eu tomei… mas extremamente responsável” completou.

No começo de dezembro, o governador Eduardo Riedel (PSDB) anunciou que manteria a alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) em 17%. Naquele momento, outros Estados, calibraram o ICMS como um desdobramento da reforma tributária, que ainda seguia tramitando no Congresso Nacional.

Governador fica de fora com apoiadores na disputa

Riedel falou sobre como se posicionará nas eleições municipais de 2024, em casos em que duas pessoas que apoiaram sua campanha estiverem disputando entre si. “Algumas situações que os dois me ajudaram, recuo de estar presente ali, porque respeito ambos e tenho consideração e gratidão por aqueles que apoiaram”, declarou o governador. No entanto, disse também que tem compromisso com o seu grupo político.

Uma das situações que colocará o governador “numa sinuca de bico” é exatamente a disputa na Capital, onde se enfrentarão a prefeita atual, Adriane Lopes (PP), e o deputado Beto Pereira (PSDB). Os dois apoiaram sua candidatura para o governo, em 2022, sendo ela no segundo turno, que resultou na vitória.

“Agora, eu tenho um compromisso com um grupo político, que estarei perto apoiando, ajudando, claro que dentro do tempo disponível que a campanha permite, lá na frente. As alianças partidárias estão acontecendo nos municípios, estão evoluindo. Acho que vamos ter uma grande transformação depois da eleição municipal…” pontuou.

As articulações para as eleições municipais dentro do PSDB estão sob o comando do presidente estadual do partido, Reinaldo Azambuja, que vem ampliando o número de prefeitos filiados. O PSDB saltou de 37 para 50 prefeitos, desde a eleição de 2020. Assim, no próximo pleito, Riedel terá que apoiar um grande número de candidatos da sua legenda. Fora os apoiadores, que fizeram alianças.

 

Por – Daniela Lacerda

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