Presidente da Assembleia chama de ‘demagógico’ discurso de políticos
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Gerson Claro (PP), criticou, sem citar nomes, políticos de Mato Grosso do Sul, que fazem propostas de populismo tributário em= busca de likes, nas redes sociais e, ao mesmo tempo, cobram altos reajustes salariais ao governo do Estado.
Ele apontou a contradição e de certa forma jogou uma indireta àqueles que querem exigir do governo a concessão de altos percentuais de reajustes salariais ao funcionalismo público, criticando a revisão anual, fixada em 5%.
Gerson não citou nomes de políticos e entidades, para evitar desgastes, porém, deu seu recado, já que na terça-feira (25) o assunto foi discutido, durante sessão, na Assembleia Legislativa. O presidente defendeu o percentual de 5% oferecido pelo governo do Estado, dizendo que é justo e está acima da inflação dos últimos 12 meses, cotada em 4,65%.
“Então, há um pouco de ganho na revisão geral anual.
Isso não é uma recomposição de perda e não podemos confundir. Aí algumas pessoas que querem a redução de impostos, querem também que dê 50% ao servidor. São manifestações demagógicas, de quem está em busca de likes nas redes sociais e estão desconectados da realidade. A gestão pública não é uma ilha da fantasia, onde dinheiro dá em árvore.
Sem as contas equilibradas, não é possível manter a máquina pública, prestar os serviços essenciais e fazer investimentos necessários em obras”, comentou Gerson, em entrevista ao programa “Tribuna Livre”, da “Capital FM”, nessa quarta-feira (26).
O deputado pontua que deve haver responsabilidade nos discursos, pois isso é prejudicial à população. Ele defende que precisa-se de investimentos, dinheiro e de equilíbrio orçamentário.
“A sociedade não aceita mais este tipo de postura inconsequente, de imaginar que o Estado pode abrir mão de receita e, ao mesmo tempo, acreditar que é possível conceder aumentos salariais e manter os investimentos em saúde, educação, assistência social, segurança pública, infraestrutura, dentre outras áreas”, acrescenta o parlamentar.
“Qualquer mudança na legislação tributária tem que levar em conta o impacto financeiro. Há uma discussãonacional da reforma tributária.
Temos de ficar atentos para garantir os interesses do Estado, validando e preservando nossa política de incentivos fiscais, que foi estratégica, para atração de quase R$ 55 bilhões dos investimentos privados, já em andamento ou contratados.
Somos um Estado exportador de commodity e em processo de industrialização, para agregar valor à produção”, avaliou.
Questionado sobre a tramitação dos projetos do governo, de redução da carga tributária e a revisão salarial do funcionalismo, deu seu parecer: “A Assembleia Legislativa é parceira do desenvolvimento do Estado.
Por acordo de liderança, tem votado de forma rápida as propostas do Executivo, que trazem ações positivas nesta direção”, afirma Gerson Claro.
Discussão na Assembleia
Importante destacar que, durante a sessão ordinária da Assembleia, na terça-feira (25), o deputado João Henrique (PL) usou a palavra para informar que apresentou Moção de Repúdio ao governador Eduardo Riedel (PSDB) e indicou aumento dos impostos. “Pelo tamanho da carga tributária, dos combustíveis, da energia elétrica, impostos que incidem nas telecomunicações, apresentamos essa Moção de Repúdio”, disse.
João Henrique afirmou que “o governo aproveitou decisão do Supremo Tribunal Federal e o fim das eleições, para voltar a aumentar os tributos, por meio do decreto 16.073, publicado em 29 de dezembro de 2022”. Para o deputado, o ato desvaloriza a população. “Inclusive, despreza os servidores públicos concursados do Estado, que terão apenas 5% de aumento, no salário”. Em seu discurso, João Henrique voltou a cobrar transparência na divulgação
dos valores das renúncias e das contrapartidas, pelas empresas beneficiadas.
Pedidos de reajustes
O presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação), Jaime Teixeira, disse que a federação pede 14,95% de reajuste aos professores efetivos, pois a data é outubro, conforme o piso nacional.
Segundo ele, a revisão geral de 5%, em maio, ajudará os professores contratados, com
ganhos menores. “Entendemos que esse reajuste é necessário e o governo deve tratar da situação dos professores contratados. Já existe um pedido para equiparação dos salários.”
Por Rayani Santa Cruz – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul
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