“Estão usando a PL do aborto para fazer politicagem”, diz manifestantes

Foto: Nilson Figueiredo
Foto: Nilson Figueiredo

Ativistas se reúnem em Campo Grande para pedir a retirada da pauta no Congresso

 

Com a tramitação do Projeto de Lei 1904/24 na Câmara dos Deputados de Brasília, onde se torna homicídio o aborto cima de 22 semanas de gestação, até em casos de estupro, ativistas em defesa das crianças e adolescentes se reuniram neste sábado (15), em Campo Grande, para manifestar contra a proposta apresentada pelos parlamentares.

Com cartazes e placas, homens, mulheres e crianças pedem o fim da pauta que tramita no congresso. Camila Costa, de 33 anos, é uma das organizadoras da manifestação e ressalta que ao realizar o convite nas redes socais mais de 500 mulheres confirmaram presença. “Se aprovado, o projeto traz riscos sérios às nossas meninas. Geralmente quem comete esses abortos no Brasil são meninas que sofreram estupro. O congresso está mais preocupado em culpar a vítima”, pontuou.

A vereadora Luíza Ribeiro (PT), também saiu nas ruas de Campo Grande pedindo que o projeto saia de pauta e a legalização do aborto. A parlamentar ressalta ainda que os deputados estão fazendo politicagem em cima de um assunto tão sério. “É um absurdo esse projeto há mais de um século o Brasil tem uma legislação que permite o aborto necessário quando a mãe corre o risco de vida. Estão usando de politicagem para usar de forma indevida. Somos contra esses parlamentares, eles não representam o Brasil”, revelou a vereadora.

Ainda neste sábado (15), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classificou de “insanidade” o PL Antiaborto por Estupro, que restringe o aborto legal em casos de estupro. Lula diz ser pessoalmente contra o aborto, mas afirmou que, como a prática é uma realidade, precisa ser tratada como questão de saúde pública.

“Acho uma insanidade alguém querer punir uma mulher com uma pena maior do que a do criminoso que fez o estupro”, disse o presidente. “À distância, não acompanhei os debates intensos no Brasil, mas, quando eu voltar, vou tomar ciência disso. Tenho certeza de que o que tem na lei já garante que a gente haja de forma civilizada para tratar com rigor o estuprador e com respeito a vítima.”

Mais uma registro de violência doméstica

Enquanto a PL Lei 1904/24 vira tema de manifestação, Campo Grande continua registrando casos de violência contra mulheres. Na noite desta sexta-feira (14), uma mulher de 42 anos, levou um tiro na cabeça pelo marido de 44 anos na BR-060, região de fazenda onde o casal morava.

Ao jornal o Estado, a delegada Rafaela Lobato, da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), revelou que o suspeito mudou de versão diversas vezes. Quando questionado o suspeito revelou que a mulher teria tentado suicídio, mas a Polícia Militar acabou suspeitando da versão.

Logo em seguida ele disse que um homem em uma motocicleta chegou na residência e atirou contra a vítima, versão essa também contestada pela polícia. No fim o suspeito disse a polícia que foi um acidente e atirou contra a companheira. Após levar a esposa até a unidade de saúde, ele voltou para casa onde tentou esconder a arma do crime.

Segundo a delegada, a vítima foi transferida para a Santa Casa e permanece internada no CTI (Centro de Terapia Intensiva), o suspeito aguarda audiência de custódia que deve ocorre na próxima segunda-feira (17).

 

Por Thays Schneider

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