Entrevista da Semana é com o presidente nacional do PSD

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Presidente nacional defende a intenção do PSD de lançar candidatura em MS

A intenção do PSD é mesmo a de lançar uma candidatura ao governo em Mato Grosso do Sul e tendo como nome principal o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad. O presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, ex-ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações no governo de Michel Temer, confirma as pretensões da sigla dê dá um passo maior para disputaR ao Governo em 14 estados sendo um deles o MS. 

Kassab diz, em entrevista ao jornal O Estado, que a atual administração municipal é digna de elogio e de um trabalho reconhecido no enfrentamento à pandemia. “Tenho convicção de que, caso o partido venha a comandar o governo de Mato Grosso do Sul, fará uma grande gestão”, opinou. 

A candidatura vai trazer rompimento com o PSDB, que busca emplacar a candidatura do secretário estadual de obras Eduardo Riedel na sucessão no governador de Reinaldo Azambuja. Kassab comenta como importante a aliança entre os partidos, que culminou nas reeleições de Marquinhos Trad e de Azambuja, mas que pode ser repetida a longo prazo. 

“É preciso destacar que apresentar uma candidatura própria é colocar uma opção ao eleitor. Não significa necessariamente pregar o contrário de um determinado projeto. Acreditamos, entretanto, que bons projetos podem ser melhorados. Se o PSD apresentar sua candidatura, como desejamos, tenho certeza de que será para uma campanha propositiva”, diz.

Atualmente o PSD governa dois estados brasileiros: Ratinho Junior no Paraná e Belivaldo Chargas em Sergipe. O partido pretende consolidar também uma candidatura à Presidência nacional que tem entre nomes dois parlamentares de MS: o senador Nelsinho Trad e o deputado federal Fábio Trad. Além dos prefeitos de Belo Horizonte e Rio de Janeiro, Alexandre Kalil e Eduardo Paes (recém filiado), e de Luiza Trajano, dona do Magazine Luiza.

O partido vem se afastando do Governo Bolsonaro. Na semana passada, Kassab disse que a reunião com o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva se trata da decisão do PSD para lançar candidatura em nível nacional, descartando o apoio PT em 2022 como nome do “centrão”.

O Estado: Recentemente o senhor comentou que o PSD vai disputar o governo em 14 estados. Entre eles está Mato Grosso do Sul?

Kassab: O PSD acaba de completar dez anos de sua fundação. Cada vez mais, com o fortalecimento da nossa legenda em todos os estados, temos defendido a i m p o r t â n c i a de ter candidaturas próprias. São essas candidaturas que expõem as propostas, a cara de um partido. Eu defendo que um partido político sério, que busca ser relevante, não pode existir para ser aliado de outros partidos repetidamente. Partido precisa ter seus projetos, defender suas ideias, e a tradução máxima disso são as candidaturas majoritárias. Isso se torna ainda mais importante com a legislação eleitoral vigente, que acertadamente irá reduzir a quantidade de partidos na política nacional. As siglas que tiverem dificuldade para apresentar boas candidaturas majoritárias terão ainda mais dificuldades para superar as cláusulas de desempenho impostas para o acesso ao fundo partidário.

O Estado: O senador Nelsinho Trad revelou ao jornal O Estado que o nome do partido em MS será o do prefeito de Campo Grande Marquinhos Trad. Ele já conta com o apoio da nacional?

Kassab: Posso afirmar que o prefeito Marquinhos Trad vem realizando uma gestão extremamente positiva. Num período difícil como o desta pandemia que vivemos, ele vem promovendo as medidas necessárias para que a população de Campo Grande possa superar este momento difícil, buscando sempre reduzir os impactos econômicos enquanto proporciona segurança sanitária. A executiva nacional confere autonomia aos estados para, primordialmente, montar nossas chapas majoritárias e, eventualmente, definir a composição de alianças. 

O Estado: Quais outros nomes que o PSD tem em MS como possíveis pré-candidatos ao Estado?

Kassab: Isso será definido no ano que vem pelas principais lideranças do partido no Estado.

O Estado:  O PSD administra a capital de Mato Grosso do Sul há cinco anos; o que significaria à sigla chegar ao governo do Estado?

Kassab: Seria o reconhecimento da população, do eleitor, especialmente da Capital, ao bom trabalho que o prefeito, com nosso partido, vem executando na cidade. Tenho convicção de que, caso o partido venha a comandar o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, fará uma grande gestão. E o prefeito terá total autonomia para definir qual é o projeto que ele entende ser o melhor para a capital e para o Estado.

O Estado: Por que não coligar com o PSDB, do governador Reinaldo Azambuja?

Kassab: Tenho certeza de que nossas lideranças têm diversas convergências com o programa desenvolvido pelo atual governador. Mas é preciso destacar que apresentar uma candidatura própria é colocar uma opção ao eleitor. Não significa necessariamente pregar o contrário de um determinado projeto. Acreditamos, entretanto, que bons projetos podem ser melhorados. Se o PSD apresentar sua candidatura, como desejamos, tenho certeza de que será para uma campanha propositiva, para o desenvolvimento de longo prazo de Mato Grosso do Sul. 

O Estado: Hoje, o PSD faz parte do bloco do “centrão”; a ideia é se desvincular do governo de Bolsonaro?

Kassab: O chamado “centrão” é um grupo informal de parlamentares, com alguns partidos participando ativamente. Eu não tenho nada contra o “centrão”, temos convergências e alguns parlamentares próximos do grupo, mas o PSD não faz parte desse bloco. Somos um partido independente. Apoiamos a candidatura do ex-governador Geraldo Alckmin no primeiro turno e não fechamos apoio no segundo turno. Nossos parlamentares têm autonomia para votar e atuar com suas convicções , em defesa dos melhores projetos para  o Brasil.

O Estado: O partido quer ser uma via na disputa à Presidência?

Kassab: Nosso projeto, hoje, é apresentar uma candidatura própria, uma alternativa de centro, conciliadora, para presidente em 2022. Estamos concentrados neste momento em superar esta pandemia para, no ano que vem, discutir possíveis nomes. Pessoalmente, tenho dito que há quadros extremamente qualificados no PSD que poderiam apresentar nossos projetos e convicções. Vamos debater esse nome em 2022.

O Estado: Por que se reuniu com o presidente Lula?

Kassab: Como presidente de um partido com expressão como o PSD, não posso me furtar a manter diálogo com outras lideranças. Isso é política. Com a reabilitação política do ex-presidente Lula, que tem se manifestado fortemente como um candidato importante para 2022, é natural manter esse tipo de conversa. E reforcei a ele que nosso projeto é ter candidatura própria em 2022.

O Estado: Entre Bolsonaro e Lula, quem o Kassab apoiaria? 

Kassab: Apoiarei o candidato do PSD.

O Estado: O senhor disputará cargo eletivo em São Paulo? Toparia concorrer ao governo?

Kassab: Eu tenho objetivo de, caso seja conveniente e viável, voltar a disputar cargos eletivos. Eu já fui vereador, deputado estadual, deputado federal, vice-prefeito, prefeito reeleito em São Paulo. Já fui secretário municipal e estadual, ministro de Estado em duas pastas, de forma que pude conhecer, atuar e contribuir em todas as esferas. Entendo que, para poder me dedicar inteiramente a uma campanha e a um mandato, quero ver encerradas as apurações que a Justiça faz sobre minha conduta, motivadas por afirmações de terceiros. Estou muito tranquilo, entendo que a Justiça precisa apurar com especial atenção as ações das pessoas na vida pública. Virada esta página, quero voltar a participar das eleições com projetos e propostas, e com a conduta correta que tenho apresentado ao longo de toda a minha vida pública.

(Bruno Arce)

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