Rodar Serviços de Táxi recebeu mais de R$ 1 mi de empresário de esquema de venda de sentenças
Alvo de investigação da Operação “Última Ratio”, autorizada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), Felix Jayme, um dos sócios da Empresa Rodar Serviços de Táxi e Transporte, que tinha contrato exclusivo com o Aeroporto de Campo Grande até 31 de dezembro, recebeu mais de R$ 1 milhão de uma transportadora de outro empresário envolvido no esquema de venda de sentenças em Mato Grosso.
Conforme apontado pela Polícia Federal, além de repassar R$ 147.594,00 para Ana Carolina e Marcos Abreu, filhos do desembargador Vladimir Abreu, afastado do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, Felix Jayme recebeu R$ 1,13 milhão da empresa Florais Transporte em 2017, localizada em Cuiabá, Mato Grosso.
A empresa Florais Transporte pertence ao empresário Andreson Gonçalves, também alvo da Operação e responsável por aproximar Roberto Zampieri, o advogado morto em 2023 devido a uma briga judicial de uma fazenda em Paranatinga (MT) dos desembargadores Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho, envolvidos no esquema.
O recebimento por Felix foi feito em depósitos de R$ 30 mil no mês de abril, R$ 700 mil no mês de junho e R$ 400 mil no mês de julho, pouco tempo depois, o advogado realizou a retirada em espécie de quase todo o montante recebido, totalizando R$ 1.090.250,00.
Na mesma época, os desembargadores Sideni Soncini Pimentel, Vladimir Abreu Da Silva e Júlio Roberto Siqueira Cardoso, deram provimento a apelação em favor de cliente de Felix.
A intermediação de valores seria feita por Marcus Vinicius Machado, filho de Vladimir. Já outra parte do relatório que aponta o envolvimento de Félix Jayme no esquema de venda de sentenças é a ligação com o desembargador afastado, Marcos José de Brito, confirmado por troca de mensagens entre os dois em 2019.
Uma conversa entre o advogado e Paulo Fenner, em abril do mesmo ano, trata sobre o pagamento de Felix a uma pessoa denominada ‘Gordo’. “E deixa claro que se trata de um desembargador. A cronologia em que tal conversa ocorre se ajusta perfeitamente a processo de Paulo Fenner em que Macos brito era o relator” aponta a PF.
No caso da empresa Rodar, os repasses aos filhos de Vladimir de Abreu eram feitos por Flávio de Morais, proprietário da empresa do qual Mirella Thomaz da Silva, esposa de Félix, virou sócia em 2022 e do qual o próprio advogado veio a fazer parte em março de 2024, conforme dados do Econodata.
Outra ligação entre eles foi apontada em conversas de março de 2021, quando Felix, ao saber que
o agravo de instrumento ajuizado por ele foi distribuído ao desembargador Vladimir Abreu, declara que o processo, “foi certo”. A conversa ocorreu com Danillo, sobrinho do conselheiro Osmar Jeronymo.
Félix Jayme também foi alvo de busca e apreensão em 2021 na operação “Mineração de Ouro”, desenvolvida pela Polícia Federal para investigar três conselheiros do TCE (Tribunal de Contas do Estado), Osmar Jeronymo, Waldir Neves e Ronaldo Chadid.
Questionada pelo Jornal O Estado, a empresa Aena, responsável pelo Aeroporto de Campo Grande, informou que a empresa Rodar, do qual o advogado Felix Jayme é sócio, ecerrou as atividades no local, em razão do término da vigência do contrato. “A concessionária já está finalizando um novo processo de licitação para contratação de uma empresa de táxis. Em breve, a prestadora de serviços vencedora iniciará o atendimento aos passageiros”.
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